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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Ampeg Scrambler (FUZZ/ FUZZ OITAVADOR)

AMPEG
SCRAMBLER

SC-1 Scrambler
História

O Scrambler foi um dos primeiros fuzzes oitavadores a ser lançado comercialmente, ainda no início de 1969, pela empresa norte-americana Ampeg, famosa por seus amplificadores para baixo (SVT) e guitarra (V series/ GVT series). Num primeiro momento, foram produzidas aproximadamente 2500 unidades do pedal, que demorariam cerca de cinco anos para serem vendidas. Apesar de não ter sido um grande sucesso de vendas, o SC-1 Scrambler acabou chamando a atenção de muitos guitarristas em virtude de seu timbre único. Bastante responsivo à dinâmica do instrumentista, o modelo oferece um efeito de fuzz com oitava acima que permite o ajuste da intensidade do efeito de oitava, bem como a mixagem do som processado com o som "limpo". Na prática, trata-se de um pedal de dupla função, que pode ser usado tanto como um fuzz convencional, quanto como um fuzz oitavador. Em ajustes elevados e somado (ou não) a outros efeitos de saturação, o Scrambler tende a produzir sons bem peculiares, gerando por vezes efeitos incomuns - como o chamado octave swell -, diferentes daqueles oferecidos pela concorrência de modelos como o Octavia, o Super-Fuzz e o Blender. O pedal logo tornou-se o preferido de nomes importantes do rock psicodélico e do hard rock setentista e, com o passar do tempo, atingiria o status de pedal cult, sendo hoje um dos fuzzes mais venerados e raros do mercado.

SCP-OD Scrambler Reissue


O modelo original não possui chaveamento true bypass, nem entrada para fonte de alimentação externa - apenas para bateria de 9v - e apresenta em seu circuito 04 transistores de silício (3x 2N5306 e 1x BC169B) e 05 diodos, também de silício (1N456).

O Scrambler por dentro e por fora

O Scrambler conta somente com 02 controles: 

- Balance: controle do tipo dry-wet, que regula a mistura do som original com o som processado, na medida desejada;

Texture: ajusta a intensidade do efeito de oitava, permitindo ir do fuzz tradicional de ganho moderado ao fuzz com um efeito proeminente de oitava acima.

Obs.: É bom lembrar que o modelo, no entanto, não possibilita o uso isolado do efeito analógico de oitava acima. Este somente pode ser adicionado ao fuzz e então mixado, ou não, com o som "limpo".


Usuários famosos

- Jim McCarty (Cactus)
- John Cippolina (Quicksilver Messenger Service)
- Jon Spencer (The Jon Spencer Blues Explosion)
- Jorma Kaukonen (Jefferson Airplane)
- Steven Drozd (The Flaming Lips)
- The Edge (U2)

Acima, o Scrambler marcando presença no setup de The Edge (U2) -
 na foto, ele é o segundo pedal da esquerda para a direita, acima das unidades de rack.

Reedições, clones e modelos derivados

O circuito do Scrambler é relativamente simples e tem sido clonado por inúmeros fabricantes, resultando também em diferentes versões do clássico. Conhecido por apresentar uma perceptível queda de volume quando acionado, o projeto original é frequentemente modificado com a intenção de se corrigir este problema específico. Algumas versões inclusive contam com um terceiro knob, para o controle de volume do efeito. Eventualmente, o controle "balance" pode aparecer também com os nomes "blend" ou "mix".

Reedição

O Scrambler foi reeditado pela Ampeg em 2005, como SCP-OD Scrambler Reissue. Esta reedição é uma versão atualizada do modelo, que conta com o circuito original, mas oferece chaveamento com bypass verdadeiro e entrada para fonte de alimentação (9v DC). Alguns a consideram mesmo superior à versão original.

SCP-OD Scrambler Reissue

Clones

Entre os clones mais conhecidos do Scrambler estão os modelos:

- Creepy Fingers Pinkelephant (c.2009): os efeitos da Creepy Fingers são projetados e fabricados por Brad Davis, baixista da banda californiana de stoner rock Fu Manchu e especialista em pedais de fuzz. O Pinkelephant é a versão da empresa para o Scrambler e adiciona um controle de volume ao projeto original, além de contar com LED de status, chaveamento com bypass verdadeiro e jack de entrada para fonte de alimentação de 9v DC.

Pinkelephant

- JHS Pedals AS (c.2011): parte integrante da descontinuada série "Vintage Loft" - que presta homenagem a modelos vintage de fuzzes, fuzzes oitavadores e treble booster - o AS é a versão da JHS, de Josh Scott, para o Scrambler. Trata-se basicamente de uma cópia fiel do modelo original, apresentando de forma similar apenas 02 knobs, porém com a adição de LED de status, jack para fonte de alimentação de 9v DC e chaveamento true bypass. Foram feitas apenas 12 unidades deste modelo.

AS

- Fredric Effects Scrambled Brainz (c.2011): a Fredric Effects é uma empresa londrina que comercializa modelos compactos (no tamanho padrão MXR) feitos à mão e que primam pela simplicidade no manuseio e pelo cuidado com a arte final do produto. O Scrambled Brainz é basicamente um clone do Scrambler original que, além de oferecer chaveamento true bypass, LED de status e jack para fonte de alimentação de 9v DC, adiciona 01 controle de volume ao projeto original.


Scrambled Brainz

BYOC Scrambled Octave (c.2011): a empresa norte-americana BYOC (sigla para Build Your Own Clone) foi fundada por Keith Vonderhulls, em 2004, com a ideia de fabricar e comercializar kits de clones de pedais de efeito para serem montados pelos próprios compradores, no melhor estilo DIY. O Scrambled Octave é, segundo o site da BYOC, uma "réplica" exata do Scrambler original e, como este, apresenta somente 02 knobs. O modelo, porém, conta com LED de status, chaveamento com bypass verdadeiro e entrada para fonte de alimentação de 9v DC. Segundo o fabricante, ao contrário do modelo original, ele não apresenta o tradicional problema de queda de volume ao ser acionado.

Scrambled Octave

Versão brasileira

- EFX Custom Effects Scrambler: versão nacional, homônima do original, disponibilizada pela EFX Custom Effects, de Eugênio Gregório, sediada em São Paulo. Apresenta LED de status, chaveamento com bypass verdadeiro e entrada para fonte de 9v DC. O Scrambler, da EFX, conta com um controle adicional de tone - um recurso raro em versões do efeito -, que aumenta ainda mais a versatilidade do modelo.

EFX Scrambler


Modelos derivados

- Dan Armstrong Green Ringer (c.1973): desenvolvido por George Merriman e Dan Armstrong (que não por coincidência trabalhou em parceria com a Ampeg entre os anos de 1969 e 1971), o Green Ringer foi o primeiro modelo da lendária linha de efeitos Dan Armstrong. Como todos os modelos originais da marca, trata-se de uma unidade projetada para ser plugada diretamente no instrumento, não exatamente um pedal de efeito. O modelo conta apenas com uma chave "liga-desliga" e não oferece nenhum controle ajustável. Apesar de não possuir um circuito de fuzz propriamente dito, sendo portanto um duplicador de frequência, o Green Ringer é declaradamente "inspirado" no Scrambler. Mais tarde, seu circuito seria integrado também ao modelo Mu-Tron Octave Divider (1976), da Musitronics, que conta com a seção Ringer, para produzir o efeito analógico de oitava acima.

Green Ringer


DISCOGRAFIA SELECIONADA


"Wooden Ships" (Volunteers, 1969), Jefferson Airplane


"Long Tall Sally" (One Way... or Another, 1971), Cactus


"Evil" (Restrictions, 1971), Cactus


"Bad Stuff" ('Ot 'n' Sweaty, 1972), Cactus


"Kite" (All That You Can't Leave Behind, 2000), U2


"Convinced of the Hex" (Embryonic, 2009), The Flaming Lips


Nota:

Scramblers para baixo

Em 2015, a Ampeg lançou o modelo SCR-DI Bass DI with Scrambler Overdrive, um pedal preamp para baixo que inclui também uma seção chamada Scrambler. No entanto, apesar do nome, não se trata do circuito clássico do pedal de fuzz oitavador, mas de um efeito de overdrive projetado especialmente para baixistas. Esta seção foi  lançada separadamente em 2017, no formato de pedal individual, com o nome de Scrambler Bass Overdrive. Concluindo: nenhum dos 02 modelos citados nesta nota possui semelhança - além do nome, é claro - com o Scrambler original.

SCR-DI Bass DI with Scrambler Overdrive


Scrambler Bass Overdrive

2 comentários:

  1. Fala sério... to adorando esse blog! Tem tudo o que sempre quis saber! Muito bom mesmo

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    1. Oi, Caio. Que ótimo! E o melhor é que o assunto não tem fim, rs. Obrigado. Grande abraço!

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