Blog sobre efeitos de áudio para guitarra e outros instrumentos, com publicações sobre a história, o emprego e a classificação dos diferentes tipos de efeitos sonoros, voltado para instrumentistas, pesquisadores e produtores musicais.
Apesar de ser sempre lembrado como um usuário do Tone Bender Professional MK II, Jimmy Page também utilizou outros pedais de fuzz ao longo da carreira. Neste breve artigo, apresentaremos 04 modelos empregados pelo guitarrista, desde seus tempos de músico de estúdio: o Maestro FZ-1 Fuzz-Tone, o Roger Mayer Page-1, o já citado Tone Bender Professional MK II, da Sola Sound, e o Rotosound Fuzz "Mark III".
Jimmy Page nos Yardbirds
1) Maestro FZ-1 Fuzz-Tone
Maestro Fuzz-Tone
O Fuzz-Tone, da Maestro foi lançado em 1962, tendo sido o primeiro pedal transistorizado a ser amplamente comercializado. Inspirado pelo som gerado por um defeito ocorrido num console de gravação durante a gravação do sucesso "Don't Worry", do cantor de música country Marty Robbins, o modelo foi patenteado por Glen Snoddy e Revis Hobbs, e oferecido à Gibson, sendo lançado na sequência. O modelo teria sido usado por Page entre 1964 e 1966, período em que ainda trabalhava como músico de estúdio.
Little Jim Page, guitarrista de estúdio
2) Roger Mayer Page-1
Roger Mayer Page-1
Em 1964, Jimmy Page mostraria para Roger Mayer a faixa "2,000 Pound Bee", da banda norte-americana The Ventures. Impressionado com o som fuzzy do registro, Page sugeriu, no entanto, que seria ainda mais interessante se o fuzz oferecesse uma maior capacidade de sustentação das notas. Dias depois, Roger Mayer bateria à porta do guitarrista trazendo sua versão do efeito.
Curiosamente, ambos imaginavam que o fuzz da gravação original era de um Maestro Fuzz-Tone, porém, na verdade, o efeito havia sido produzido por uma unidade desenvolvida pelo músico e expert em eletrônica Orville "Red" Rhodes, e cedido para o guitarrista Billy Strange, dos Ventures, durante as sessões de gravação da faixa.
O circuito do pedal de Mayer somente seria lançado comercialmente em 2004, sendo então batizado com o nome de Page-1 "1964-2004".
3) Sola Sound Tone Bender Professional MK II
Tone Bender Professional MKII
Foi usado por Jimmy Page durante o período em que esteve com os Yardbirds (1966-1968), combinado com sua guitarra Fender "Dragon" Telecaster, amplificadores Vox AC30/6 ou Fender Dual Showman e um pedal de wah JMI Vox "Grey" Wah-Wah. Pode ser ouvido em faixas como "Avron Knows" e no álbum Live Yardbirds featuring Jimmy Page.
Depois também seria utilizado com o Led Zeppelin, especialmente em sua fase inicial, aparecendo no primeiro álbum da banda em faixas como "Dazed and Confused", "How Many More Times" e "You Shook Me". Também está presente em faixas posteriores como "Bring It On Home" (Led Zeppelin II, 1969) e "Walking Into Clarksdale" (idem, 1998, Jimmy Page and Robert Plant).
https://www.youtube.com/watch?v=w772GXG5LnE
4) Rotosound Fuzz "Mark III"
Rotosound Fuzz "Mark III"
O Rotosound Fuzz, com 03 knobs, é uma versão do Sola Sound Tone Bender Mark III, que oferece um controle de tonalidade ("treble"). O modelo foi usado por um breve período por Jimmy Page.
É possível conferir o uso do Rotosound em imagens da apresentação do Led Zeppelin no programa Tous En Scène, da TV francesa, em 1969; assim como no disco 1 do registro ao vivo BBC Sessions, lançado em 1997.
Jimmy e seu Rotosound Fuzz "Mark III"
É bom lembrar, no entanto, que Jimmy Page, ao contrário de Jimi Hendrix, por exemplo, não foi um guitarrista que privilegiou o fuzz ao longo da maior parte de sua carreira. Na maioria das vezes, Page preferia obter os efeitos de distorção diretamente de seus amplificadores. Que podiam variar bastante, dependendo do período em questão. Mas isso já é assunto para um outro artigo...
O "Repeat Percussion"é uma variante peculiar do tremolo convencional. Seu circuito emprega um tipo específico de forma de onda na modulação do som original: a onda dente-de-serra invertida (reverse sawtooth wave). Essa particularidade é o que lhe confere seu som característico, capaz de produzir um efeito que, em certa medida, pode "imitar" as repetições de uma unidade de delay. Isso se dá porque a forma de onda dente-de-serra invertida oferece um ataque bastante pronunciado e decai rapidamente. Ao alcançar seu volume mínimo ela volta bruscamente ao seu pico, apresentando um desenho que se aproxima do envelope de uma nota palhetada, criando assim a ilusão de repetição. Por isso, esse tipo de tremolo também é chamado de repeater, ou seja, "repetidor". O repeat percussion tem sido redescoberto nos últimos anos e vários fabricantes vêm lançando suas versões do efeito; sejam novos modelos, dedicados exclusivamente ao efeito, ou como uma opção disponível em unidades de tremolo de multiondas.
O "tremolo percussivo" foi originalmente desenvolvido pelos projetistas da Thomas Organ ("Vox US") no início da década de 1960 (por volta de 1962-63), para ser usado em seus órgãos, tendo sido à princípio divulgado como um circuito que permitia simular a levada de instrumentos como mandolin, banjo, e até mesmo marimbas e xilofones. Ele inicialmente foi comercializado em kits para órgãoscaseiros (home organs) da Thomas Organ com o nome de "variable repeat percussion" e chegou a ser oferecido como um recurso opcional em propagandas do famoso órgão Continental, da Vox.
Posteriormente o modelo foi integrado em amplificadores, como o Vox V1143 Beatle (c.1966-67) e V133 series Ninety (c.1969); embutido em guitarras,produzidas pela Vox (entre elas, os modelos V261 Delta, V262 Invader, V267 Cheetah, V268 Ultrasonic, V275 Ultrasonic XII, V286 Grand Prix, V289 Viper, V269Starstream e V270 Starstream XII), entre 1967-1968; e, finalmente, lançado como uma unidade de efeito, no formato de módulo, concebido para ser plugado diretamente no jack do instrumento (c.1968-69). Neste formato, o Repeat Percussion apresentava apenas uma chave liga-desliga e um controle de velocidade ("rate").
- Kay Trem-1 Tremolo / Uecks Tremolo (no formato de pedal de controle contínuo, que permite o controle da velocidade do efeito em tempo real, com o pé)
No Brasil, uma alternativa é oferecida pela Monstro Effects, de Santa Catarina, com o modelo Vox Repeat Percussion Deluxe. O pedal é uma versão modificada do Repeat Percussion original e conta com 04 controles: os tradicionais knobs "depth" (profundidade) e "rate" (velocidade), e as chaves "tone" (corte de graves) e "slow/fast" (determina os limites de atuação do controle rate).
Se você é músico e curte o som de guitarristas como Pete Townshend (The Who), Steve Hackett (Genesis), Josh Homme (Queens of the Stone Age) e Billy Corgan (The Smashing Pumpkins), você provavelmente já ouviu falar do Super-Fuzz. Se não, você certamente já ouviu seu som, mesmo que não conheça o modelo. O Super-Fuzz foi um dos primeiros fuzzes oitavadores lançados e é considerado um "clássico" pelos amantes de efeitos para guitarra.
Os fuzzes oitavadores foram originalmente desenvolvidos no final dos anos 1960 e são, basicamente, pedais que combinam a agressividade dos pedais de fuzz com um efeito analógico de oitava acima, criando uma sonoridade bem particular. Diferentes modelos de fuzz oitavador foram comercializados por diversos fabricantes - como Roger Mayer, Shin-ei, Foxx, Fender e Ampeg - e o efeito foi adotado por guitarristas influentes. Para citarmos apenas 02: Jimi Hendrix e Pete Townshend.
Os primeiros modelos a tornarem-se populares foram o Octavia, do inglês Roger Mayer, e o Super-Fuzz, do japonês Fumio Mieda. Ambos surgiram na mesma época - por volta de 1967 -, mas apesar de contemporâneos, oferecem sonoridades bastante distintas. Enquanto o modelo desenvolvido por Mayer, e popularizado por Hendrix, apresenta um efeito proeminente de oitava acima, dando à guitarra uma nova e inconfundível voz, e permitindo que o instrumento se destaque facilmente numa mix (principalmente, em solos e riffs); o Super-Fuzz, preferido por Townshend, conta com um efeito de oitava um pouco mais sutil, que geralmente funciona muito bem também com powerchords. Apesar de, em rigor, tratar-se de um fuzz oitavador, na prática, podemos dizer que a sonoridade do Super-Fuzz fica no meio do caminho entre os pedais de fuzz convencionais (Tone Bender, Big Muff Pi, etc.) e um fuzz oitavador clássico, como o Octavia.
Desenvolvida por Fumio Mieda, por volta de 1967, a unidade multifuncional Psychedelic Machine conta com 02 seções distintas: Fuzz (fuzz oitavador) e Mood Adjuster (vibe + tremolo). O modelo foi lançado pela empresa japonesa Honey e comercializado também sob as marcas Companion (Shin-ei) e Electra.
A Psychedelic Machine logo foi desmembrada, dando origem a 02 produtos distintos: o pedal Baby Crying, derivado de sua seção Fuzz, e o Vibra Chorus, correspondente à seção Mood Adjuster, porém sem o modo tremolo. Em seguida, com a falência da Honey, ambos os modelos passaram a ser fabricados pela Shin-ei, por volta de 1968, quando foram renomeados como FY-6 (fuzz oitavador) e Resly Tone (agora, vibe + tremolo), respectivamente. Neste período, ambos os pedais foram também comercializados sob diversas outras marcas e vendidos com diferentes nomes. Foi quando tornaram-se disponíveis também no mercado norte-americano, sendo distribuídos pela Unicord, sob a marca Univox, ficando famosos com os nomes de Super-Fuzz e Uni-Vibe (novamente, vibe sem tremolo - como o Honey Vibra Chorus), respectivamente.
Controles
O Super-Fuzz conta com 02 controles rotativos (Expander e Balance) e 01 chave de alternância (Tone switch). Alguns modelos também apresentam 01 trimpot interno para o ajuste do efeito de oitava acima.
Segue abaixo a descrição dos controles.*
- Expander: controla a intensidade do efeito de saturação (fuzz).
- Balance: ajusta o volume geral do efeito (volume).
- Toneswitch (1-2): permite escolher entre dois timbres distintos, com mais, ou menos, médios. Na posição "1", aciona um filtro notch de 1kHz que escava os médios; na posição "2", enfatiza os médios.
- Trimpot interno para ajuste do efeito de oitava acima: permite ajustar a intensidade do efeito de oitava acima. Disponível apenas em alguns modelos.
*Obs.: Em alguns clones ou versões de outros fabricantes (notadamente em alguns exemplares do Black Cat Super Fuzz) estes controles podem apresentar os nomes invertidos, ou seja, Balance para o controle de fuzz e Expander como volume, bem como as posições do Tone switch.
Versões originais do Super-Fuzz "v.1" (c.1968)
Por volta de 1968, a Univox passou a importar e comercializar o Shin-ei CompanionFY-6 nos Estados Unidos, mudando o nome do modelo para Super-Fuzz. As primeiras versões - conhecidas como "v.1", Model No. 108-5, "metal grey version" ou "small grey and blue versions" - tendem a oferecer um efeito de oitava acima um pouco menos pronunciado que as versões posteriores. O "v.1" foi adotado, entre outros, por Pete Townshend e pode ser ouvido no clássico álbum Live at Leeds (1970), da banda The Who.
Univox Model No. 108-5 Super-Fuzz "v.1" ("metal grey version")
Por volta de 1970, o chassi do pedal foi modificado, dando origem ao "v.2" ou "U-1095", disponibilizado principalmente nas cores cinza com borracha preta e preto com borracha cinza.
Em 1973, as cores do chassi do modelo foram alteradas, passando a apresentar geralmente a cor vermelho-alaranjado ("red version", "orange version" ou "reddish-orange version"). Esta versão do U-1095 também foi usada por Pete Townshend, nos anos 1970.
Apesar do nome diferente, o Uni-Fuzz é, essencialmente, um Super-Fuzz com fonte de alimentação (no caso, do tipo AC, interna, de 12 volts). O modelo conta com um footswitch externo, que é conectado à unidade pelo jack"cancel".
Também foi comercializado como:
- Companion AlternadoFuzz
- Sekova AlternadoFuzz
- LRE Deluxe AC Super Fuzz -Sam Ash "Fuzzõla"
Entre os usuários do modelo estão Adrian Belew (King Crimson) e Trent Reznor (Nine Inch Nails).
Nos anos 1970, o circuito do FY-6 (Super-Fuzz) também foi empregado nos modelos Fuzz Wah Pedal WF-8 e Fuzzwah WF-24, lançados pela Shin-ei Companion. Estes modelos apresentam o formato tradicional dos pedais de wah, com a adição de controles comumente encontrados no Super-Fuzz (Fuzz Adj., Fuzz Vol. e Fuzz Pitch Selector - equivalentes aos controles Expander, Balance e Tone switch, respectivamente). Eles também foram comercializados sob diversas marcas e com diferentes nomes. O modelo WF-8 foi usado, entre outros, por William Reid (The Jesus and Mary Chain).
Vários fabricantes passaram a produzir clones e/ou versões do Super-Fuzz. Alguns modelos oferecem os mesmos controles da versão original, outros adicionam um controle independente para o ajuste do efeito de oitava acima e/ou um (ou mais) controle(s) rotativo(s) de tonalidade, em vez da tradicional chave de alternância, mas todos apresentam o mesmo circuito básico do projeto original.
- Modelos com controles similares ao original:
Wattson Classic Electronics FY-6SuperFuzz
Black Cat Pedals SuperFuzz
MJM China Fuzz
Maxon "Fuzz Elements" FA10 Air
Electronic Orange Superfuzz
Guyatone FS-3 Fuzz
Ananashead Effects Superfuzz
- Modelos com controle rotativo de tonalidade: alguns modelos oferecem uma seção de equalização com mais de 01 controle.
Maxon "Fuzz Elements" FE10 Ether
Keeley Electronics Electric Mudd
Creepy Fingers Harakiri Fuzz
- Modelos sem o controle tone
Guyatone FS-2Buzz Box
Guyatone TZ2 The Fuzz
- Modelos com controle rotativo tone e com knob (ou chave) para o ajuste do efeito de oitava
Em 2015, o norte-americano Robert Feldman adquiriu os direitos sobre os nomes Shin-ei,Honey e Companion, e fundou a Shin-ei Honey LLC, em Austin, no Texas. A empresa passou a produzir clones dos modelos lançados originalmente nos anos 1960 e 1970, comercializando-os sob as mesmas marcas dos fabricantes japoneses originais. A Shin-ei Honey, dos EUA, lançou este ano o "Baby Crying" FY-6 Super Fuzz, um clone do original Honey Baby Crying, de 1967.
Entre as versões brasileiras, destaque para os modelos:
- Giannini BF1S Super Fuzz: modelo descontinuado, lançado nos anos 1970. Apresenta um footswitch em vez de chave de alternância para selecionar o modo tone.
O Super-Fuzz inspirou a criação de vários outros fuzzes oitavadores, muitos dos quais também se tornaram clássicos. Entre eles:
- FenderBlender (1968):inicialmente com 03 knobs (sustain, pre/amp-fuzz selector e gain) e 01 footswitch; depois com 04 knobs (volume, sustain, tone e blend) e 02 footswitches (on/off e tone boost). Permite misturar na medida desejada o som saturado e o som "limpo". Usado por Billy Corgan (The Smashing Pumpkins).
- Ace Tone Fuzz Master FM-2 (c.1968):com 02 knobs (volume e fuzz adj.) e 02 footswitches (normal-fuzz e tone selector).
- Ibanez Standard Fuzz (c.1974): com 02 controles deslizantes (balance e fuzz depth) e 02 footswitches (fuzz on e tone change). Usado por Dan Auerbach(The Black Keys).
- BossFZ-2 HyperFuzz (1993):oferece 03 modos (fuzz 1, fuzz 2 e gain boost) e outros 03 knobs (level, tone e gain). Usado pelo Electric Wizard. É neste modelo que o Behringer SF300 Super Fuzz é baseado.
- Z. Vex Octane (c.1995): com 03 knobs (in, tone e out).
Super-Fuzz!?!? Só que não...
O nome Super-Fuzz foi usado por alguns fabricantes para nomear modelos que, na verdade, nada tem a ver com o Super-Fuzz original. Geralmente, são pedais de fuzz convencionais (não fuzzes oitavadores) baseados em projetos de outros modelos, como, por exemplo:
- CSL Super Fuzz (c.1970): é, essencialmente, um Tone BenderMark III (ou Mark IV/ Sola Sound Tone-Bender Fuzz).
CSL Super Fuzz
- Voodoo Lab Superfuzz (1998): é uma versão modificada do fuzzboxBoss Tone (c.1967), da Jordan Electronics.
- Super-Fuzz U-1095 "v.2" (1973): "red version". Hillel Slovak (Red Hot Chili Peppers), Josh Homme (Queens of the Stone Age), Pete Townshend (The Who) e Scott Hill (Fu Manchu).
Entre os usuários famosos do Super-Fuzz - seja em uma de suas versões originais ou alguma de suas inúmeras variações -, estão diversos músicos influentes, além dos citados acima, como: Adam Yauch (baixista, Beastie Boys), Ben Harper, Dan Auerbach (The Black Keys), J Mascis (Dinosaur Jr.) e Scott Holiday (Rival Sons).
Guitarras de 12 cordas ainda são relativamente raras nos setups de guitarristas. Não são tão comuns, por exemplo, quanto o seu equivalente acústico, o violão de 12 cordas. E, apesar de inúmeros fabricantes oferecerem ao menos uma versão do instrumento, ele ainda permanece restrito a um nicho de mercado formado principalmente por músicos que atuam em estúdio, e não somente nos palcos. Enquanto as primeiras guitarras elétricas foram lançadas por volta de 1930, a produção de modelos de 12 cordas só teve início cerca de duas décadas depois, nos anos 1950. O auge da popularidade das guitarras de 12 cordas ocorreu entre meados dos anos 1960 e dos anos 1970.
Guitarras de 12 apresentam 06 cordas extras em relação às guitarras tradicionais, formando com as cordas originais 06 pares, dos quais 02 são afinados em uníssono (as primas E e B), e os demais, em oitavas, com as cordas extras adicionando o intervalo de oitava acima em relação às 04 cordas originais mais graves (G, D, A e E bordão). As cordas que compõem cada par são tocadas simultaneamente pelo instrumentista.
Linha do tempo
As primeiras guitarras de 12 surgiram em meados da década de 1950, inicialmente no formato double neck (guitarra de 02 braços - no caso, de 06 e 12 cordas). O primeiro modelo foi o Twin, lançado pela Stratosphere Guitar Manufacturing Company, dos irmãos Russell e Claude Deaver, em 1954. Um pouco mais tarde, em 1957, a Gibson lançaria a primeira versão do famoso modelo EDS-1275, a "Double 12".
Aparentemente, somente na década de 1960 começaram a surgir os primeiros modelos de guitarras de 12 cordas no formato single neck. A Danelectro foi a pioneira na fabricação desse tipo de guitarra de 12: o instrumento foi batizado de Bellzouki, tendo sido projetado pelo genial guitarrista Vincent Bell, inspirado no design do bouzouki grego. O modelo foi lançado em 1961.
Em1963, a Gibson lançou a segunda e mais conhecida versão da EDS-1275, a Doubleneck "SG-style". Essa seria a versão imortalizada por guitarristas como Jimmy Page (Led Zeppelin), Alex Lifeson (Rush) e Don Felder (Eagles).
A Rickenbacker, percebendo a tempo os ventos favoráveis, resolveu entrar na disputa pelo mercado das 12 cordas em 1964, lançando simultaneamente vários modelos, entre eles a clássica 360/12 - adotado por George Harrison (The Beatles), no auge da beatlemania, e por Roger McGuinn (The Byrds) -, além das menos conhecidas 450/12 e 625/12.
O ano de 1965 veria outros 03 pesos-pesados entrarem na briga: a Vox, com os modelos Mark XII (no formato teardrop) e Phantom XII; a Fender, com a lendária Electric XII e seu headstock no formato de taco de hockey; e a Gibson, com a semiacústica ES-335 12-string. Além destas empresas, a sueca Hagstrom também lançaria no mesmo ano a Hagstrom 12.
Em 1966, seria a vez da Gretsch - após ter feito 03 protótipos, em 1964, para George Harrison, Mike Nesmith (The Monkees) e Chet Atkins - colocar em produção sua 12-string (Models 6075 "sunburst" e 6076 "natural"). No mesmo ano, a Epiphone, lançou o modelo Wilshire 12-string, e a Guild, a Starfire XII.
Jimmy Page, do Led Zeppelin, e sua icônica Gibson EDS-1275 Doubleneck "SG-style",
utilizada ao vivo em músicas como "Stairway To Heaven", "Tangerine" e "The Song Remains the Same" (vídeo acima).
Com o tempo, as guitarras de 12 cordas passaram a ser oferecidas em um número cada vez maior de modelos, sendo produzidas por diversos fabricantes, como Washburn, Steinberger, Burns, Ibanez, Shecter, Italia Guitars, ESP, PRS, Yamaha, Hutchins, Duesenberg, Eastwood, Dean Guitars e a brasileira N.Zaganin Custom Guitars.
Afinações alternativas
Geralmente, guitarras de 12 cordas utilizam a afinação padrão (EADGBE), a mesma empregada nas guitarras convencionais de 06 cordas. Assim, os desenhos de acordes, arpejos e escalas permanecem iguais aos dos modelos de 06 cordas.
Afinações abertas e demais afinações alternativas eventualmente empregadas em guitarras de 6 também podem ser utilizadas nas guitarras de 12, bem como inúmeras outras possibilidades oferecidas pela presença das cordas adjacentes às 06 convencionais. A pioneira Strastosphere Twin, por exemplo, foi projetada para ser usada com uma afinação em terças, e não em uníssono e oitavas como a afinação padrão de uma 12 cordas. O Bellzouki, da Danelectro, empregava a princípio o terceiro par (G) em uníssono, e não oitavado, como o habitual.
Outras afinações alternativas podem incluir pares afinados em intervalos de quintas ou mesmo alternar diferentes intervalos, como quintas, oitavas, terças e/ou sextas (intervallic tunings). Por outro lado, o uso de 06 pares em uníssono também é uma alternativa interessante para se obter um efeito natural de dobra.
Usuários famosos
Jimmy Bryant, Speedy West, Chet Atkins, Vinnie Bell, John McLaughlin (Mahavishnu Orchestra), Pete Townshend (The Who), Jimmy Page (Led Zeppelin), Don Felder (Eagles), Alex Lifeson (Rush), Steve Howe (Yes), George Harrison (The Beatles), Mike Nesmith (The Monkees), Roger McGuinn (The Byrds), Carl Wilson (The Beach Boys), Johnny Marr (The Smiths), Tom Petty, John Lennon (The Beatles), Mike Campbell (Tom Petty and The Heartbreakers), Peter Buck (R.E.M.), Wayne Hussey (The Mission), Tom Morello (Rage Against the Machine), Dean DeLeo (Stone Temple Pilots), Troy Van Leeuwen (Queens of the Stone Age), Nick Valensi (The Strokes), Ed O'Brien (Radiohead), entre outros. E, no Brasil, Lulu Santos, Cláudio Venturini (14 Bis), Samuel Rosa (Skank) e Jr. Tostoi (Lenine).
Mike Campbell (Tom Petty and the Heartbreakers) fala sobre sua Rickenbacker 625/12.
Dicas de uso
- Palhetas leves e médias (com espessuras entre, aproximadamente, 0.60 e 0.80 mm) são geralmente as mais utilizadas com guitarras de 12 cordas;
- Quanto ao tipo de cordas empregado, a maioria dos modelos de guitarras de 12 sai de fábrica com encordoamentos .010, do tipo round wound. Muitos instrumentistas, no entanto, afirmam obter melhores resultados (no caso, um som com maior definição) com cordas lisas, do tipo flat wound. Porém, este tipo de encordoamento para modelos de 12 cordas, pode ser mais difícil de achar, sendo fabricado por poucas empresas e comercializado a um preço consideravelmente mais elevado;
- Em relação aos efeitos mais empregados, é bastante comum o uso de compressão com guitarras de 12 cordas. O efeito ajuda a nivelar o volume das várias cordas, equilibrando o som do instrumento e proporcionando um aumento do volume médio, dando a sensação de um maior sustain.
- Apesar das guitarras de 12 cordas soarem "ok" com diferentes tipos de amplificadores, alguns clássicos do rock - entre eles, "Mr. Tambourine Man", com os Byrds, e "Stairway to Heaven", do Led Zeppelin - foram gravados com o instrumento plugado diretamente em linha, acrescido de compressão e um pouco de reverb.
Discografia Selecionada
"Stratosphere Boogie" (single, 1954) - Speedy West & Jimmy Bryant
Gravada pelo prodígio Jimmy Bryant, com um protótipo da guitarra double neckStratosphereTwin, utilizando pares de cordas afinados em intervalos de terças, "Stratosphere Boogie" mostra toda a musicalidade e virtuosismo do guitarrista, que teria optado por empregar o instrumento com a intenção de alcançar uma sonoridade próxima à obtida por duas guitarras sendo tocadas ao mesmo tempo.
- "Stratosphere Boogie", Speedy West & Jimmy Bryant
"Somebody Stole My Gal" (single, 1955) - Chet Atkins
Outro raro exemplo de uma Stratosphere Twin em ação, com sua peculiar afinação de pares de cordas em intervalos de terças, executada aqui pelo "Country Gentleman" Chet Atkins.
"A Hard Day's Night" (A Hard Day's Night, 1964) - The Beatles Em 1964, durante a primeira turnê norte-americana dos Beatles, George Harrison foi presenteado pela Rickenbacker com um dos protótipos de um novo modelo da marca, que se tornaria um clássico: a 360/12. Guitarra semiacústica de 12 cordas que, fugindo do padrão adotado pela concorrência, oferecia as cordas mais graves na parte superior dos pares, além de apresentar um headstock inovador, desenvolvido por Dick Burke, com as tarraxas dos pares de cordas em posição cruzada. Com ela, o mais jovem dos Beatles gravaria, entre outras canções, o hit "A Hard Day's Night", influenciando de forma marcante toda uma geração de guitarristas e iniciando oficialmente a "era de ouro das guitarras de 12 cordas". Harrison usaria novamente uma guitarra de 12 em várias outras músicas dos FabFour, como "You Can't Do That", "I Call Your Name", "What You're Doing", "I Should Have Known Better" e "Ticket to Ride".
Marcus Rampazzo apresenta "A Hard Day's Night" (1964), dos Beatles,
com sua Rickenbacker 360/12. https://www.youtube.com/watch?v=iJqF1MFf3qA canal no YouTube: VintageGuitarBrazil
"Turn! Turn! Turn!" (Turn! Turn! Turn!, 1965) - The Byrds
Fortemente influenciado pelos Beatles e, em especial, por George Harrison e seu novo instrumento - uma "Ric" de 12 -, o guitarrista dos Byrds, Roger McGuinn, resolveu adquirir também um Rickenbacker360/12, em 1965. O instrumento acabou marcando de forma indelével a sonoridade do grupo e foi determinante para forjar a assinatura sonora de McGuinn. O guitarrista utilizava uma palheta e duas dedeiras (nos dedos médio e anular) para executar o instrumento, ao qual sempre acrescia uma boa dose de compressão. Em 1966, seguindo o conselho do amigo Paul Kantner, guitarrista da banda Jefferson Airplane, passou a utilizar também um treble booster de silício - o Vox V806 Treble Booster - em sua cadeia de sinal. Em 1967, a Rickenbacker lançaria o modelo 370/12, baseado numa customização feita a pedido de Roger McGuinn, que solicitou que fosse instalado um terceiro captador em sua 360/12.
"Meeting Of The Spirits/ You Know, You Know" (The Inner Mounting Flame, 1971) - Mahavishnu Orchestra Guitarrista virtuoso brilhante, McLaughlin - professor de guitarra do jovem Jimmy Page, em meados dos anos 1960 -, entre outros feitos, ajudou a ampliar as fronteiras do jazz com Miles Davis, no final dos anos 1960; entrou de cabeça no jazz-rock com a Mahavishnu Orchestra, nos anos 1970; e formou um supertrio de virtuoses com Al Di Meola e Paco de Lucía, no início dos anos 1980. Além de sua Gibson EDS-1275 Doubleneck "SG-style", McLaughlin teve dois outros modelos similares (double necks de 06 e 12 cordas) construídos especialmente para ele: um feito pelo luthier californiano Rex Bogue (sua famosa "Double Rainbow") e outro, usado em sua última turnê pelos Estados Unidos, feito por Paul Reed Smith.
"Meeting of the Spirits/ You Know You Know" (1971), The Mahavishnu Orchestra
"Stairway to Heaven" (álbum sem título - "Led Zeppelin IV", 1971) - Led Zeppelin
A épica "Stairway to Heaven", composta por Jimmy Page em parceria com Robert Plant, é, sem dúvida, a canção mais famosa do Led Zeppelin. Em sua gravação, Page utilizou 03 instrumentos: uma guitarra sólida '59 Fender Telecaster plugada em um pequeno amplificador Supro; um violão dreadnought de aço de 06 cordas Sovereign H1260, da Harmony;e uma guitarra de 12 cordas plugada diretamente em linha.
Segundo Page, o modelo de 12 cordas utilizado teria sido uma Electric XII, da Fender, porém, em uma entrevista dada à revista RhythmMagazine, em 2009, o falecido engenheiro de gravação Andy Johns aparentemente sugere que o modelo usado pode ter sido uma Rickenbacker de 12 cordas (é sabido que Page possui uma 360/12, além de modelos de outros fabricantes, como uma Vox Phantom XII e uma Danelectro '59DC 12-string). O trecho da entrevista é o seguinte: "Jimmy was always running his 12-string Rickenbacker through a box, which is a good sound. But if you do it direct and compress it, you get a much more bell-like quality. So I suggested we try that and he really liked it. (...)".
Para executar "Stairway to Heaven" ao vivo, Jimmy Page sempre utilizou sua EDS-1275 Doubleneck "SG-style", encomendada junto à Gibson em 1971. Em 2007, a empresa lançou uma reedição do modelo, batizado como Jimmy Page Signature EDS-1275 Doubleneck.
Segundo o próprio Alex Lifeson, fã declarado de Jimmy Page, ele adquiriu 02 EDS-1275Doubleneck"SG-style" em 1976: uma heritagecherry - que podemos ver em ação no vídeo abaixo - e uma outra branca. Com a vermelha, Lifeson teria presenteado o guitarrista da banda canadense Big Sugar, Gordie Johnson, em 1996, o qual, curiosamente, parece tê-la devolvido anos depois. O modelo EDS-1275 Doubleneck foi utilizado pelo guitarrista do Rush em várias sessões de gravação de músicas antológicas, como "Xanadu", "Something for Nothing e "Vapor Trails", e marcou presença nas turnês de 1977-1983 e, depois, de 1991-1996. Em 2015, a Gibson lançou uma réplica da white alpine de Lifeson: o modelo Alex Lifeson Double Neck.
"The Waiting" (Hard Promises, 1981) - Tom Petty & The Heartbreakers
Tom Petty foi bastante influenciado não só pelos Beatles, de George Harrison, mas também pelos Byrds, de Roger McGuinn. Ambas as influências ficam evidentes em "The Waiting", considerado pelo próprio artista como o seu melhor momento com uma guitarra de 12. O primeiro modelo de 12 cordas de Tom Petty foi uma Vox Phantom XII, somente mais tarde ele adquiriu também uma Rickenbacker 360/12, semiacústica, além de uma Fender Electric XII. Mike Campbell, guitarrista dos Heartbreakers, parceiro de Tom, aparece no vídeo de "The Waiting" com outro modelo de 12 cordas: uma Rickenbacker 625/12, de corpo sólido.
As Rickenbackers de 12 cordas de Tom Petty e Mike Campbell
"Sheila Take A Bow" e "Shoplifters of the World Unite" (singles, 1987) - The Smiths
Considerada por muitos a maior banda inglesa dos anos 1980, os Smiths permaneceram juntos por pouco tempo (1982-1987), mas influenciaram fortemente uma legião de bandas contemporâneas e subsequentes. O guitarrista e "maestro" dos Smiths, Johnny Marr, já teve em sua coleção pelo menos 03 guitarras Gibson ES-335 12-string (um exemplar de cada cor disponível para o modelo - vermelha, preta e sunburst) - a que aparece no vídeo abaixo foi dada de presente ao guitarrista Bernard Butler, da banda Suede, em 1995. Além destas, Marr já foi visto com outros 02 modelos de 12 cordas - uma Rickenbacker 330/12, que foi de Phil Manzanera (Roxy Music), e uma Rickenbacker360/12, que pertenceu a Pete Townshend, do The Who.
Johnny Marr, com uma Gibson ES-335 12-string,
na última apresentação ao vivo dos Smiths, no programa The Tube.
"Sheila Take a Bow" e "Shoplifters of the World Unite", The Smiths
"In My Darkest Hour" (So Far, So Good...SoWhat, 1988) - Megadeth
Originalmente gravada com um violão de aço, "In My Darkest Hour" eventualmente é interpretada ao vivo por Dave Mustaine com uma Jackson King V Double Neck. Mustaine possui em seu arsenal de guitarras outros modelos de double necks, de 06 e 12 cordas, tanto da Jackson, como da Dean Guitars.
"Apenas Mais Uma de Amor" (Mondo Cane, 1992) - Lulu Santos
Lulu Santos é um aficionado por tudo que diz respeito ao universo guitarrístico e isso inclui, obviamente, também as guitarras de 12 cordas. A versão original de "Apenas Mais Uma De Amor" conta com um violão de aço de 12 cordas, porém, ao vivo, Lulu frequentemente utiliza uma guitarra de 12 cordas para executar a canção. Ele já foi visto usando modelos diversos, como Rickenbacker 360/12, Italia Rimini 12, Jerry Jones SingleCut 12string e Charvel Surfcaster 12-string. No vídeo abaixo o músico utiliza um modelo de fabricação nacional: uma N. ZaganinBlend 12.
"Electricityscape" (First Impressions of Earth, 2006) - The Strokes
Considerada pela crítica musical como a nova "salvação do rock" no início dos anos 2000, a banda nova-iorquina The Strokes, do baterista brasileiro Fabrizio Moretti, se tornou um dos grupos mais influentes do início do milênio. O guitarrista Nick Valensi, que adotou como instrumento principal uma Epiphone Riviera, eventualmente, pode ser visto tocando uma versão de 12 cordas do modelo nas apresentações da banda. A Riviera 12-string é o equivalente da Epiphone àES-335 12-string, da Gibson. A diferença fundamental entre os 02 modelos é a utilização, quase sempre, de mini-humbuckers na Epiphone.
Nick Valensi, ao vivo, com sua Epiphone Riviera 12-string
"Ghost of Karelia" (Crack the Skye, 2009) - Mastodon
Apesar de tradicionalmente pouco empregadas por bandas de heavy metal, guitarras de 12 cordas são instrumentos capazes de se darem bem em praticamente qualquer estilo, adicionando cores únicas à paleta sonora do guitarrista. Brent Hinds, do Mastodon, possui pelo menos dois modelos feitos pela First Act Custom Shop: uma single neck, 12-string Lola Double Cut, e uma double neck, Double Cut, de 06 e 12 cordas.
Brent Hinds e sua First Act Custom Shop, de 12 cordas, ao vivo.
Em termos de sonoridade, guitarras de 12 cordas oferecem o chamado "jingle-jangle sound", proporcionando um som mais cheio, com mais agudos e um efeito natural de dobra bastante característico. Elas podem, de certa forma, ser consideradas como precursores de certos efeitos eletrônicos, como chorus, detune e oitavadores que, com o instrumento, podem ser obtidos naturalmente com os pares de cordas afinados em uníssono e oitavas, respectivamente. Sendo assim, é bastante comum o uso de pedais de chorus (analógicos ou digitais) e de oitavadores ou pitch shifters polifônicos digitais (como o oitavador Micro POG, da Electro-Harmonix, e o pitchshifterPS-6 Harmonist, da Boss) na tentativa de emular o som de uma guitarra de 12 cordas. Porém, pedais de chorus e/ou detune não permitem oitavar as cordas mais graves de uma guitarra e oitavadores não são capazes de produzir o efeito de dobra dos 02 primeiros pares de um instrumento de 12 cordas. Por isso, a simulação obtida com estes recursos não é convincente. Efeitos de dobra e de oitava ocorrem nas guitarras de 12, mas em pares de cordas diferentes, não simultaneamente em um mesmo par. Daí a dificuldade de se obter êxito nas simulações. Unidades mais sofisticadas, como os sistemas de modelação da série VG, da Roland; e as guitarras de modelação, como os modelos Variax, da Line 6, StratocasterVG, da Fender/Roland e Starstream, da Vox, tendem a oferecer simulações mais convincentes de guitarras de 12.
Recentemente a DigiTech lançou o Mosaic, um pedal que promete "transformar" sua guitarra ou violão de 6 em uma guitarra ou violão de 12, respectivamente.
Para finalizar, vale a pena ressaltar, que existem várias formas de se imitar o som de guitarras de 12 cordas, sem o uso de unidades de efeitos, empregando para isso diferentes abordagens, tais como: o uso de intervalos harmônicos de oitavas, a gravação de overdubs oitavados e em uníssono - com ou sem o emprego de afinação Nashville - e a utilização de progressões de acordes que incluam cordas soltas, principalmente da metade da escala em diante.