GUITARRAS DE 12 CORDAS
Jeff Beck e Jimmy Page (com sua Fender Electric XII "hockey stick")
imagem: http://equipboard.com/pros/jimmy-page/fender-electric-xii-12-string-duplicate
Intro
Jeff Beck e Jimmy Page (com sua Fender Electric XII "hockey stick")
imagem: http://equipboard.com/pros/jimmy-page/fender-electric-xii-12-string-duplicate
Intro
Guitarras de 12 cordas ainda são relativamente raras nos setups de guitarristas. Não são tão comuns, por exemplo, quanto o seu equivalente acústico, o violão de 12 cordas. E, apesar de inúmeros fabricantes oferecerem ao menos uma versão do instrumento, ele ainda permanece restrito a um nicho de mercado formado principalmente por músicos que atuam em estúdio, e não somente nos palcos. Enquanto as primeiras guitarras elétricas foram lançadas por volta de 1930, a produção de modelos de 12 cordas só teve início cerca de duas décadas depois, nos anos 1950. O auge da popularidade das guitarras de 12 cordas ocorreu entre meados dos anos 1960 e dos anos 1970.
Guitarras de 12 apresentam 06 cordas extras em relação às guitarras tradicionais, formando com as cordas originais 06 pares, dos quais 02 são afinados em uníssono (as primas E e B), e os demais, em oitavas, com as cordas extras adicionando o intervalo de oitava acima em relação às 04 cordas originais mais graves (G, D, A e E bordão). As cordas que compõem cada par são tocadas simultaneamente pelo instrumentista.
Guitarras de 12 apresentam 06 cordas extras em relação às guitarras tradicionais, formando com as cordas originais 06 pares, dos quais 02 são afinados em uníssono (as primas E e B), e os demais, em oitavas, com as cordas extras adicionando o intervalo de oitava acima em relação às 04 cordas originais mais graves (G, D, A e E bordão). As cordas que compõem cada par são tocadas simultaneamente pelo instrumentista.
Linha do tempo
As primeiras guitarras de 12 surgiram em meados da década de 1950, inicialmente no formato double neck (guitarra de 02 braços - no caso, de 06 e 12 cordas). O primeiro modelo foi o Twin, lançado pela Stratosphere Guitar Manufacturing Company, dos irmãos Russell e Claude Deaver, em 1954. Um pouco mais tarde, em 1957, a Gibson lançaria a primeira versão do famoso modelo EDS-1275, a "Double 12".
https://www.youtube.com/watch?v=NYdwwDSEP2g
canal no YouTube: TK Smith Guitar
Aparentemente, somente na década de 1960 começaram a surgir os primeiros modelos de guitarras de 12 cordas no formato single neck. A Danelectro foi a pioneira na fabricação desse tipo de guitarra de 12: o instrumento foi batizado de Bellzouki, tendo sido projetado pelo genial guitarrista Vincent Bell, inspirado no design do bouzouki grego. O modelo foi lançado em 1961.
https://www.youtube.com/watch?v=cOq2OMOEjS8
canal no YouTube: Lawman Guitars
Em1963, a Gibson lançou a segunda e mais conhecida versão da EDS-1275, a Doubleneck "SG-style". Essa seria a versão imortalizada por guitarristas como Jimmy Page (Led Zeppelin), Alex Lifeson (Rush) e Don Felder (Eagles).
A Rickenbacker, percebendo a tempo os ventos favoráveis, resolveu entrar na disputa pelo mercado das 12 cordas em 1964, lançando simultaneamente vários modelos, entre eles a clássica 360/12 - adotado por George Harrison (The Beatles), no auge da beatlemania, e por Roger McGuinn (The Byrds) -, além das menos conhecidas 450/12 e 625/12.
O ano de 1965 veria outros 03 pesos-pesados entrarem na briga: a Vox, com os modelos Mark XII (no formato teardrop) e Phantom XII; a Fender, com a lendária Electric XII e seu headstock no formato de taco de hockey; e a Gibson, com a semiacústica ES-335 12-string. Além destas empresas, a sueca Hagstrom também lançaria no mesmo ano a Hagstrom 12.
Em 1966, seria a vez da Gretsch - após ter feito 03 protótipos, em 1964, para George Harrison, Mike Nesmith (The Monkees) e Chet Atkins - colocar em produção sua 12-string (Models 6075 "sunburst" e 6076 "natural"). No mesmo ano, a Epiphone, lançou o modelo Wilshire 12-string, e a Guild, a Starfire XII.
utilizada ao vivo em músicas como "Stairway To Heaven", "Tangerine" e "The Song Remains the Same" (vídeo acima).
https://www.youtube.com/watch?v=w6t_wk0WrxA
canal no YouTube: heisenberg
Com o tempo, as guitarras de 12 cordas passaram a ser oferecidas em um número cada vez maior de modelos, sendo produzidas por diversos fabricantes, como Washburn, Steinberger, Burns, Ibanez, Shecter, Italia Guitars, ESP, PRS, Yamaha, Hutchins, Duesenberg, Eastwood, Dean Guitars e a brasileira N.Zaganin Custom Guitars.
Afinações alternativas
Geralmente, guitarras de 12 cordas utilizam a afinação padrão (EADGBE), a mesma empregada nas guitarras convencionais de 06 cordas. Assim, os desenhos de acordes, arpejos e escalas permanecem iguais aos dos modelos de 06 cordas.
Afinações abertas e demais afinações alternativas eventualmente empregadas em guitarras de 6 também podem ser utilizadas nas guitarras de 12, bem como inúmeras outras possibilidades oferecidas pela presença das cordas adjacentes às 06 convencionais. A pioneira Strastosphere Twin, por exemplo, foi projetada para ser usada com uma afinação em terças, e não em uníssono e oitavas como a afinação padrão de uma 12 cordas. O Bellzouki, da Danelectro, empregava a princípio o terceiro par (G) em uníssono, e não oitavado, como o habitual.
Outras afinações alternativas podem incluir pares afinados em intervalos de quintas ou mesmo alternar diferentes intervalos, como quintas, oitavas, terças e/ou sextas (intervallic tunings). Por outro lado, o uso de 06 pares em uníssono também é uma alternativa interessante para se obter um efeito natural de dobra.
Usuários famosos
Jimmy Bryant, Speedy West, Chet Atkins, Vinnie Bell, John McLaughlin (Mahavishnu Orchestra), Pete Townshend (The Who), Jimmy Page (Led Zeppelin), Don Felder (Eagles), Alex Lifeson (Rush), Steve Howe (Yes), George Harrison (The Beatles), Mike Nesmith (The Monkees), Roger McGuinn (The Byrds), Carl Wilson (The Beach Boys), Johnny Marr (The Smiths), Tom Petty, John Lennon (The Beatles), Mike Campbell (Tom Petty and The Heartbreakers), Peter Buck (R.E.M.), Wayne Hussey (The Mission), Tom Morello (Rage Against the Machine), Dean DeLeo (Stone Temple Pilots), Troy Van Leeuwen (Queens of the Stone Age), Nick Valensi (The Strokes), Ed O'Brien (Radiohead), entre outros. E, no Brasil, Lulu Santos, Cláudio Venturini (14 Bis), Samuel Rosa (Skank) e Jr. Tostoi (Lenine).
Mike Campbell (Tom Petty and the Heartbreakers) fala sobre sua Rickenbacker 625/12.
https://www.youtube.com/watch?v=NNUWlrKaWkA
canal no YouTube: Jacob K
https://www.youtube.com/watch?v=NNUWlrKaWkA
canal no YouTube: Jacob K
Dicas de uso
- Palhetas leves e médias (com espessuras entre, aproximadamente, 0.60 e 0.80 mm) são geralmente as mais utilizadas com guitarras de 12 cordas;
- Quanto ao tipo de cordas empregado, a maioria dos modelos de guitarras de 12 sai de fábrica com encordoamentos .010, do tipo round wound. Muitos instrumentistas, no entanto, afirmam obter melhores resultados (no caso, um som com maior definição) com cordas lisas, do tipo flat wound. Porém, este tipo de encordoamento para modelos de 12 cordas, pode ser mais difícil de achar, sendo fabricado por poucas empresas e comercializado a um preço consideravelmente mais elevado;
- Em relação aos efeitos mais empregados, é bastante comum o uso de compressão com guitarras de 12 cordas. O efeito ajuda a nivelar o volume das várias cordas, equilibrando o som do instrumento e proporcionando um aumento do volume médio, dando a sensação de um maior sustain.
- Apesar das guitarras de 12 cordas soarem "ok" com diferentes tipos de amplificadores, alguns clássicos do rock - entre eles, "Mr. Tambourine Man", com os Byrds, e "Stairway to Heaven", do Led Zeppelin - foram gravados com o instrumento plugado diretamente em linha, acrescido de compressão e um pouco de reverb.
- Palhetas leves e médias (com espessuras entre, aproximadamente, 0.60 e 0.80 mm) são geralmente as mais utilizadas com guitarras de 12 cordas;
- Quanto ao tipo de cordas empregado, a maioria dos modelos de guitarras de 12 sai de fábrica com encordoamentos .010, do tipo round wound. Muitos instrumentistas, no entanto, afirmam obter melhores resultados (no caso, um som com maior definição) com cordas lisas, do tipo flat wound. Porém, este tipo de encordoamento para modelos de 12 cordas, pode ser mais difícil de achar, sendo fabricado por poucas empresas e comercializado a um preço consideravelmente mais elevado;
- Em relação aos efeitos mais empregados, é bastante comum o uso de compressão com guitarras de 12 cordas. O efeito ajuda a nivelar o volume das várias cordas, equilibrando o som do instrumento e proporcionando um aumento do volume médio, dando a sensação de um maior sustain.
- Apesar das guitarras de 12 cordas soarem "ok" com diferentes tipos de amplificadores, alguns clássicos do rock - entre eles, "Mr. Tambourine Man", com os Byrds, e "Stairway to Heaven", do Led Zeppelin - foram gravados com o instrumento plugado diretamente em linha, acrescido de compressão e um pouco de reverb.
Discografia Selecionada
"Stratosphere Boogie" (single, 1954) - Speedy West & Jimmy Bryant
Gravada pelo prodígio Jimmy Bryant, com um protótipo da guitarra double neck Stratosphere Twin, utilizando pares de cordas afinados em intervalos de terças, "Stratosphere Boogie" mostra toda a musicalidade e virtuosismo do guitarrista, que teria optado por empregar o instrumento com a intenção de alcançar uma sonoridade próxima à obtida por duas guitarras sendo tocadas ao mesmo tempo.
- "Stratosphere Boogie", Speedy West & Jimmy Bryant
https://www.youtube.com/watch?v=_yIFsbOtmao
canal no YouTube: mylescdavis
"Somebody Stole My Gal" (single, 1955) - Chet Atkins
Outro raro exemplo de uma Stratosphere Twin em ação, com sua peculiar afinação de pares de cordas em intervalos de terças, executada aqui pelo "Country Gentleman" Chet Atkins.
"Somebody Stole My Gal" (1955), Chet Atkins
https://www.youtube.com/watch?v=wRg1t3XxF2E
canal no YouTube: Ken M.
"A Hard Day's Night" (A Hard Day's Night, 1964) - The Beatles
Em 1964, durante a primeira turnê norte-americana dos Beatles, George Harrison foi presenteado pela Rickenbacker com um dos protótipos de um novo modelo da marca, que se tornaria um clássico: a 360/12. Guitarra semiacústica de 12 cordas que, fugindo do padrão adotado pela concorrência, oferecia as cordas mais graves na parte superior dos pares, além de apresentar um headstock inovador, desenvolvido por Dick Burke, com as tarraxas dos pares de cordas em posição cruzada. Com ela, o mais jovem dos Beatles gravaria, entre outras canções, o hit "A Hard Day's Night", influenciando de forma marcante toda uma geração de guitarristas e iniciando oficialmente a "era de ouro das guitarras de 12 cordas". Harrison usaria novamente uma guitarra de 12 em várias outras músicas dos Fab Four, como "You Can't Do That", "I Call Your Name", "What You're Doing", "I Should Have Known Better" e "Ticket to Ride".
Marcus Rampazzo apresenta "A Hard Day's Night" (1964), dos Beatles,
com sua Rickenbacker 360/12.
https://www.youtube.com/watch?v=iJqF1MFf3qA
canal no YouTube: VintageGuitarBrazil
"Turn! Turn! Turn!" (Turn! Turn! Turn!, 1965) - The Byrds
Fortemente influenciado pelos Beatles e, em especial, por George Harrison e seu novo instrumento - uma "Ric" de 12 -, o guitarrista dos Byrds, Roger McGuinn, resolveu adquirir também um Rickenbacker 360/12, em 1965. O instrumento acabou marcando de forma indelével a sonoridade do grupo e foi determinante para forjar a assinatura sonora de McGuinn. O guitarrista utilizava uma palheta e duas dedeiras (nos dedos médio e anular) para executar o instrumento, ao qual sempre acrescia uma boa dose de compressão. Em 1966, seguindo o conselho do amigo Paul Kantner, guitarrista da banda Jefferson Airplane, passou a utilizar também um treble booster de silício - o Vox V806 Treble Booster - em sua cadeia de sinal. Em 1967, a Rickenbacker lançaria o modelo 370/12, baseado numa customização feita a pedido de Roger McGuinn, que solicitou que fosse instalado um terceiro captador em sua 360/12.
Roger McGuinn e sua Rickenbacker 360/12
- "Turn!Turn!Turn!" (1965), The Byrds
https://www.youtube.com/watch?v=T51nmyCODHQ
canal no YouTube: hardfolk
"Meeting Of The Spirits/ You Know, You Know" (The Inner Mounting Flame, 1971) - Mahavishnu Orchestra
Guitarrista virtuoso brilhante, McLaughlin - professor de guitarra do jovem Jimmy Page, em meados dos anos 1960 -, entre outros feitos, ajudou a ampliar as fronteiras do jazz com Miles Davis, no final dos anos 1960; entrou de cabeça no jazz-rock com a Mahavishnu Orchestra, nos anos 1970; e formou um supertrio de virtuoses com Al Di Meola e Paco de Lucía, no início dos anos 1980. Além de sua Gibson EDS-1275 Doubleneck "SG-style", McLaughlin teve dois outros modelos similares (double necks de 06 e 12 cordas) construídos especialmente para ele: um feito pelo luthier californiano Rex Bogue (sua famosa "Double Rainbow") e outro, usado em sua última turnê pelos Estados Unidos, feito por Paul Reed Smith.
"Meeting of the Spirits/ You Know You Know" (1971), The Mahavishnu Orchestra
https://www.youtube.com/watch?v=LcQKjffxIOY
canal no YouTube: Ron Hoover
"Stairway to Heaven" (álbum sem título - "Led Zeppelin IV", 1971) - Led Zeppelin
A épica "Stairway to Heaven", composta por Jimmy Page em parceria com Robert Plant, é, sem dúvida, a canção mais famosa do Led Zeppelin. Em sua gravação, Page utilizou 03 instrumentos: uma guitarra sólida '59 Fender Telecaster plugada em um pequeno amplificador Supro; um violão dreadnought de aço de 06 cordas Sovereign H1260, da Harmony; e uma guitarra de 12 cordas plugada diretamente em linha.
Segundo Page, o modelo de 12 cordas utilizado teria sido uma Electric XII, da Fender, porém, em uma entrevista dada à revista Rhythm Magazine, em 2009, o falecido engenheiro de gravação Andy Johns aparentemente sugere que o modelo usado pode ter sido uma Rickenbacker de 12 cordas (é sabido que Page possui uma 360/12, além de modelos de outros fabricantes, como uma Vox Phantom XII e uma Danelectro '59DC 12-string). O trecho da entrevista é o seguinte: "Jimmy was always running his 12-string Rickenbacker through a box, which is a good sound. But if you do it direct and compress it, you get a much more bell-like quality. So I suggested we try that and he really liked it. (...)".
Para executar "Stairway to Heaven" ao vivo, Jimmy Page sempre utilizou sua EDS-1275 Doubleneck "SG-style", encomendada junto à Gibson em 1971. Em 2007, a empresa lançou uma reedição do modelo, batizado como Jimmy Page Signature EDS-1275 Doubleneck.
"Stairway to Heaven", ao vivo.
https://www.youtube.com/watch?v=y4eWTcVuGmg
"Stratosphere Boogie" (single, 1954) - Speedy West & Jimmy Bryant
Gravada pelo prodígio Jimmy Bryant, com um protótipo da guitarra double neck Stratosphere Twin, utilizando pares de cordas afinados em intervalos de terças, "Stratosphere Boogie" mostra toda a musicalidade e virtuosismo do guitarrista, que teria optado por empregar o instrumento com a intenção de alcançar uma sonoridade próxima à obtida por duas guitarras sendo tocadas ao mesmo tempo.
https://www.youtube.com/watch?v=_yIFsbOtmao
canal no YouTube: mylescdavis
"Somebody Stole My Gal" (single, 1955) - Chet Atkins
Outro raro exemplo de uma Stratosphere Twin em ação, com sua peculiar afinação de pares de cordas em intervalos de terças, executada aqui pelo "Country Gentleman" Chet Atkins.
https://www.youtube.com/watch?v=wRg1t3XxF2E
canal no YouTube: Ken M.
"A Hard Day's Night" (A Hard Day's Night, 1964) - The Beatles
Em 1964, durante a primeira turnê norte-americana dos Beatles, George Harrison foi presenteado pela Rickenbacker com um dos protótipos de um novo modelo da marca, que se tornaria um clássico: a 360/12. Guitarra semiacústica de 12 cordas que, fugindo do padrão adotado pela concorrência, oferecia as cordas mais graves na parte superior dos pares, além de apresentar um headstock inovador, desenvolvido por Dick Burke, com as tarraxas dos pares de cordas em posição cruzada. Com ela, o mais jovem dos Beatles gravaria, entre outras canções, o hit "A Hard Day's Night", influenciando de forma marcante toda uma geração de guitarristas e iniciando oficialmente a "era de ouro das guitarras de 12 cordas". Harrison usaria novamente uma guitarra de 12 em várias outras músicas dos Fab Four, como "You Can't Do That", "I Call Your Name", "What You're Doing", "I Should Have Known Better" e "Ticket to Ride".
com sua Rickenbacker 360/12.
https://www.youtube.com/watch?v=iJqF1MFf3qA
canal no YouTube: VintageGuitarBrazil
"Turn! Turn! Turn!" (Turn! Turn! Turn!, 1965) - The Byrds
Fortemente influenciado pelos Beatles e, em especial, por George Harrison e seu novo instrumento - uma "Ric" de 12 -, o guitarrista dos Byrds, Roger McGuinn, resolveu adquirir também um Rickenbacker 360/12, em 1965. O instrumento acabou marcando de forma indelével a sonoridade do grupo e foi determinante para forjar a assinatura sonora de McGuinn. O guitarrista utilizava uma palheta e duas dedeiras (nos dedos médio e anular) para executar o instrumento, ao qual sempre acrescia uma boa dose de compressão. Em 1966, seguindo o conselho do amigo Paul Kantner, guitarrista da banda Jefferson Airplane, passou a utilizar também um treble booster de silício - o Vox V806 Treble Booster - em sua cadeia de sinal. Em 1967, a Rickenbacker lançaria o modelo 370/12, baseado numa customização feita a pedido de Roger McGuinn, que solicitou que fosse instalado um terceiro captador em sua 360/12.
Roger McGuinn e sua Rickenbacker 360/12
https://www.youtube.com/watch?v=T51nmyCODHQ
canal no YouTube: hardfolk
"Meeting Of The Spirits/ You Know, You Know" (The Inner Mounting Flame, 1971) - Mahavishnu Orchestra
Guitarrista virtuoso brilhante, McLaughlin - professor de guitarra do jovem Jimmy Page, em meados dos anos 1960 -, entre outros feitos, ajudou a ampliar as fronteiras do jazz com Miles Davis, no final dos anos 1960; entrou de cabeça no jazz-rock com a Mahavishnu Orchestra, nos anos 1970; e formou um supertrio de virtuoses com Al Di Meola e Paco de Lucía, no início dos anos 1980. Além de sua Gibson EDS-1275 Doubleneck "SG-style", McLaughlin teve dois outros modelos similares (double necks de 06 e 12 cordas) construídos especialmente para ele: um feito pelo luthier californiano Rex Bogue (sua famosa "Double Rainbow") e outro, usado em sua última turnê pelos Estados Unidos, feito por Paul Reed Smith.
https://www.youtube.com/watch?v=LcQKjffxIOY
canal no YouTube: Ron Hoover
"Stairway to Heaven" (álbum sem título - "Led Zeppelin IV", 1971) - Led Zeppelin
A épica "Stairway to Heaven", composta por Jimmy Page em parceria com Robert Plant, é, sem dúvida, a canção mais famosa do Led Zeppelin. Em sua gravação, Page utilizou 03 instrumentos: uma guitarra sólida '59 Fender Telecaster plugada em um pequeno amplificador Supro; um violão dreadnought de aço de 06 cordas Sovereign H1260, da Harmony; e uma guitarra de 12 cordas plugada diretamente em linha.
Segundo Page, o modelo de 12 cordas utilizado teria sido uma Electric XII, da Fender, porém, em uma entrevista dada à revista Rhythm Magazine, em 2009, o falecido engenheiro de gravação Andy Johns aparentemente sugere que o modelo usado pode ter sido uma Rickenbacker de 12 cordas (é sabido que Page possui uma 360/12, além de modelos de outros fabricantes, como uma Vox Phantom XII e uma Danelectro '59DC 12-string). O trecho da entrevista é o seguinte: "Jimmy was always running his 12-string Rickenbacker through a box, which is a good sound. But if you do it direct and compress it, you get a much more bell-like quality. So I suggested we try that and he really liked it. (...)".
Para executar "Stairway to Heaven" ao vivo, Jimmy Page sempre utilizou sua EDS-1275 Doubleneck "SG-style", encomendada junto à Gibson em 1971. Em 2007, a empresa lançou uma reedição do modelo, batizado como Jimmy Page Signature EDS-1275 Doubleneck.
"Stairway to Heaven", ao vivo.
https://www.youtube.com/watch?v=y4eWTcVuGmg
canal no YouTube: Led Zeppelin
"Xanadu" (A Farewell to Kings, 1977) - Rush
Segundo o próprio Alex Lifeson, fã declarado de Jimmy Page, ele adquiriu 02 EDS-1275 Doubleneck "SG-style" em 1976: uma heritage cherry - que podemos ver em ação no vídeo abaixo - e uma outra branca. Com a vermelha, Lifeson teria presenteado o guitarrista da banda canadense Big Sugar, Gordie Johnson, em 1996, o qual, curiosamente, parece tê-la devolvido anos depois. O modelo EDS-1275 Doubleneck foi utilizado pelo guitarrista do Rush em várias sessões de gravação de músicas antológicas, como "Xanadu", "Something for Nothing e "Vapor Trails", e marcou presença nas turnês de 1977-1983 e, depois, de 1991-1996. Em 2015, a Gibson lançou uma réplica da white alpine de Lifeson: o modelo Alex Lifeson Double Neck.
Alex Lifeson e sua Gibson EDS-1275
"Xanadu", Rush
canal no YouTube: RushVEVO
"The Waiting" (Hard Promises, 1981) - Tom Petty & The Heartbreakers
Tom Petty foi bastante influenciado não só pelos Beatles, de George Harrison, mas também pelos Byrds, de Roger McGuinn. Ambas as influências ficam evidentes em "The Waiting", considerado pelo próprio artista como o seu melhor momento com uma guitarra de 12. O primeiro modelo de 12 cordas de Tom Petty foi uma Vox Phantom XII, somente mais tarde ele adquiriu também uma Rickenbacker 360/12, semiacústica, além de uma Fender Electric XII. Mike Campbell, guitarrista dos Heartbreakers, parceiro de Tom, aparece no vídeo de "The Waiting" com outro modelo de 12 cordas: uma Rickenbacker 625/12, de corpo sólido.
As Rickenbackers de 12 cordas de Tom Petty e Mike Campbell
"The Waiting", Tom Petty and The Heartbreakers
https://www.youtube.com/watch?v=uMyCa35_mOg
canal no YouTube: TomPettyVEVO
"Sheila Take A Bow" e "Shoplifters of the World Unite" (singles, 1987) - The Smiths
Considerada por muitos a maior banda inglesa dos anos 1980, os Smiths permaneceram juntos por pouco tempo (1982-1987), mas influenciaram fortemente uma legião de bandas contemporâneas e subsequentes. O guitarrista e "maestro" dos Smiths, Johnny Marr, já teve em sua coleção pelo menos 03 guitarras Gibson ES-335 12-string (um exemplar de cada cor disponível para o modelo - vermelha, preta e sunburst) - a que aparece no vídeo abaixo foi dada de presente ao guitarrista Bernard Butler, da banda Suede, em 1995. Além destas, Marr já foi visto com outros 02 modelos de 12 cordas - uma Rickenbacker 330/12, que foi de Phil Manzanera (Roxy Music), e uma Rickenbacker 360/12, que pertenceu a Pete Townshend, do The Who.
"Sheila Take a Bow" e "Shoplifters of the World Unite", The Smiths
https://www.youtube.com/watch?v=haVLf0ILkaw
canal no YouTube: Sav Bomb
"In My Darkest Hour" (So Far, So Good...SoWhat, 1988) - Megadeth
Originalmente gravada com um violão de aço, "In My Darkest Hour" eventualmente é interpretada ao vivo por Dave Mustaine com uma Jackson King V Double Neck. Mustaine possui em seu arsenal de guitarras outros modelos de double necks, de 06 e 12 cordas, tanto da Jackson, como da Dean Guitars.
O Megadeth ao vivo, na Itália (1992).
"In My Darkest Hour", Megadeth.
https://www.youtube.com/watch?v=a9AwwWzYEvo
canal no YouTube: MegadethizeD
"Apenas Mais Uma de Amor" (Mondo Cane, 1992) - Lulu Santos
Lulu Santos é um aficionado por tudo que diz respeito ao universo guitarrístico e isso inclui, obviamente, também as guitarras de 12 cordas. A versão original de "Apenas Mais Uma De Amor" conta com um violão de aço de 12 cordas, porém, ao vivo, Lulu frequentemente utiliza uma guitarra de 12 cordas para executar a canção. Ele já foi visto usando modelos diversos, como Rickenbacker 360/12, Italia Rimini 12, Jerry Jones SingleCut 12string e Charvel Surfcaster 12-string. No vídeo abaixo o músico utiliza um modelo de fabricação nacional: uma N. Zaganin Blend 12.
Lulu e sua N. Zaganin Blend 12
"Apenas Mais Uma de Amor", Lulu Santos
https://www.youtube.com/watch?v=NI8HLQgm3Bo
canal no YouTube: estudiomlevi
"Electricityscape" (First Impressions of Earth, 2006) - The Strokes
Considerada pela crítica musical como a nova "salvação do rock" no início dos anos 2000, a banda nova-iorquina The Strokes, do baterista brasileiro Fabrizio Moretti, se tornou um dos grupos mais influentes do início do milênio. O guitarrista Nick Valensi, que adotou como instrumento principal uma Epiphone Riviera, eventualmente, pode ser visto tocando uma versão de 12 cordas do modelo nas apresentações da banda. A Riviera 12-string é o equivalente da Epiphone à ES-335 12-string, da Gibson. A diferença fundamental entre os 02 modelos é a utilização, quase sempre, de mini-humbuckers na Epiphone.
Nick Valensi, ao vivo, com sua Epiphone Riviera 12-string
"Electricityscape", The Strokes
"Ghost of Karelia", Mastodon
https://www.youtube.com/watch?v=v4dcfq6QjGg
canal no YouTube: Mastodon
Simuladores de Guitarras de 12
"Xanadu" (A Farewell to Kings, 1977) - Rush
Segundo o próprio Alex Lifeson, fã declarado de Jimmy Page, ele adquiriu 02 EDS-1275 Doubleneck "SG-style" em 1976: uma heritage cherry - que podemos ver em ação no vídeo abaixo - e uma outra branca. Com a vermelha, Lifeson teria presenteado o guitarrista da banda canadense Big Sugar, Gordie Johnson, em 1996, o qual, curiosamente, parece tê-la devolvido anos depois. O modelo EDS-1275 Doubleneck foi utilizado pelo guitarrista do Rush em várias sessões de gravação de músicas antológicas, como "Xanadu", "Something for Nothing e "Vapor Trails", e marcou presença nas turnês de 1977-1983 e, depois, de 1991-1996. Em 2015, a Gibson lançou uma réplica da white alpine de Lifeson: o modelo Alex Lifeson Double Neck.
Alex Lifeson e sua Gibson EDS-1275
"Xanadu", Rush
canal no YouTube: RushVEVO
"The Waiting" (Hard Promises, 1981) - Tom Petty & The Heartbreakers
Tom Petty foi bastante influenciado não só pelos Beatles, de George Harrison, mas também pelos Byrds, de Roger McGuinn. Ambas as influências ficam evidentes em "The Waiting", considerado pelo próprio artista como o seu melhor momento com uma guitarra de 12. O primeiro modelo de 12 cordas de Tom Petty foi uma Vox Phantom XII, somente mais tarde ele adquiriu também uma Rickenbacker 360/12, semiacústica, além de uma Fender Electric XII. Mike Campbell, guitarrista dos Heartbreakers, parceiro de Tom, aparece no vídeo de "The Waiting" com outro modelo de 12 cordas: uma Rickenbacker 625/12, de corpo sólido.
As Rickenbackers de 12 cordas de Tom Petty e Mike Campbell
https://www.youtube.com/watch?v=uMyCa35_mOg
canal no YouTube: TomPettyVEVO
"Sheila Take A Bow" e "Shoplifters of the World Unite" (singles, 1987) - The Smiths
Considerada por muitos a maior banda inglesa dos anos 1980, os Smiths permaneceram juntos por pouco tempo (1982-1987), mas influenciaram fortemente uma legião de bandas contemporâneas e subsequentes. O guitarrista e "maestro" dos Smiths, Johnny Marr, já teve em sua coleção pelo menos 03 guitarras Gibson ES-335 12-string (um exemplar de cada cor disponível para o modelo - vermelha, preta e sunburst) - a que aparece no vídeo abaixo foi dada de presente ao guitarrista Bernard Butler, da banda Suede, em 1995. Além destas, Marr já foi visto com outros 02 modelos de 12 cordas - uma Rickenbacker 330/12, que foi de Phil Manzanera (Roxy Music), e uma Rickenbacker 360/12, que pertenceu a Pete Townshend, do The Who.
Johnny Marr, com uma Gibson ES-335 12-string,
na última apresentação ao vivo dos Smiths, no programa The Tube.
"Sheila Take a Bow" e "Shoplifters of the World Unite", The Smiths
https://www.youtube.com/watch?v=haVLf0ILkaw
canal no YouTube: Sav Bomb
"In My Darkest Hour" (So Far, So Good...SoWhat, 1988) - Megadeth
Originalmente gravada com um violão de aço, "In My Darkest Hour" eventualmente é interpretada ao vivo por Dave Mustaine com uma Jackson King V Double Neck. Mustaine possui em seu arsenal de guitarras outros modelos de double necks, de 06 e 12 cordas, tanto da Jackson, como da Dean Guitars.
O Megadeth ao vivo, na Itália (1992).
https://www.youtube.com/watch?v=a9AwwWzYEvo
canal no YouTube: MegadethizeD
"Apenas Mais Uma de Amor" (Mondo Cane, 1992) - Lulu Santos
Lulu Santos é um aficionado por tudo que diz respeito ao universo guitarrístico e isso inclui, obviamente, também as guitarras de 12 cordas. A versão original de "Apenas Mais Uma De Amor" conta com um violão de aço de 12 cordas, porém, ao vivo, Lulu frequentemente utiliza uma guitarra de 12 cordas para executar a canção. Ele já foi visto usando modelos diversos, como Rickenbacker 360/12, Italia Rimini 12, Jerry Jones SingleCut 12string e Charvel Surfcaster 12-string. No vídeo abaixo o músico utiliza um modelo de fabricação nacional: uma N. Zaganin Blend 12.
Lulu e sua N. Zaganin Blend 12
https://www.youtube.com/watch?v=NI8HLQgm3Bo
canal no YouTube: estudiomlevi
"Electricityscape" (First Impressions of Earth, 2006) - The Strokes
Considerada pela crítica musical como a nova "salvação do rock" no início dos anos 2000, a banda nova-iorquina The Strokes, do baterista brasileiro Fabrizio Moretti, se tornou um dos grupos mais influentes do início do milênio. O guitarrista Nick Valensi, que adotou como instrumento principal uma Epiphone Riviera, eventualmente, pode ser visto tocando uma versão de 12 cordas do modelo nas apresentações da banda. A Riviera 12-string é o equivalente da Epiphone à ES-335 12-string, da Gibson. A diferença fundamental entre os 02 modelos é a utilização, quase sempre, de mini-humbuckers na Epiphone.
Nick Valensi, ao vivo, com sua Epiphone Riviera 12-string
canal no YouTube: Jue
"Ghost of Karelia" (Crack the Skye, 2009) - Mastodon
Apesar de tradicionalmente pouco empregadas por bandas de heavy metal, guitarras de 12 cordas são instrumentos capazes de se darem bem em praticamente qualquer estilo, adicionando cores únicas à paleta sonora do guitarrista. Brent Hinds, do Mastodon, possui pelo menos dois modelos feitos pela First Act Custom Shop: uma single neck, 12-string Lola Double Cut, e uma double neck, Double Cut, de 06 e 12 cordas.
Brent Hinds e sua First Act Custom Shop, de 12 cordas, ao vivo.
https://www.youtube.com/watch?v=v4dcfq6QjGg
canal no YouTube: Mastodon
Simuladores de Guitarras de 12
Em termos de sonoridade, guitarras de 12 cordas oferecem o chamado "jingle-jangle sound", proporcionando um som mais cheio, com mais agudos e um efeito natural de dobra bastante característico. Elas podem, de certa forma, ser consideradas como precursores de certos efeitos eletrônicos, como chorus, detune e oitavadores que, com o instrumento, podem ser obtidos naturalmente com os pares de cordas afinados em uníssono e oitavas, respectivamente.
Sendo assim, é bastante comum o uso de pedais de chorus (analógicos ou digitais) e de oitavadores ou pitch shifters polifônicos digitais (como o oitavador Micro POG, da Electro-Harmonix, e o pitch shifter PS-6 Harmonist, da Boss) na tentativa de emular o som de uma guitarra de 12 cordas. Porém, pedais de chorus e/ou detune não permitem oitavar as cordas mais graves de uma guitarra e oitavadores não são capazes de produzir o efeito de dobra dos 02 primeiros pares de um instrumento de 12 cordas. Por isso, a simulação obtida com estes recursos não é convincente. Efeitos de dobra e de oitava ocorrem nas guitarras de 12, mas em pares de cordas diferentes, não simultaneamente em um mesmo par. Daí a dificuldade de se obter êxito nas simulações.
Unidades mais sofisticadas, como os sistemas de modelação da série VG, da Roland; e as guitarras de modelação, como os modelos Variax, da Line 6, Stratocaster VG, da Fender/Roland e Starstream, da Vox, tendem a oferecer simulações mais convincentes de guitarras de 12.
Recentemente a DigiTech lançou o Mosaic, um pedal que promete "transformar" sua guitarra ou violão de 6 em uma guitarra ou violão de 12, respectivamente.
Sendo assim, é bastante comum o uso de pedais de chorus (analógicos ou digitais) e de oitavadores ou pitch shifters polifônicos digitais (como o oitavador Micro POG, da Electro-Harmonix, e o pitch shifter PS-6 Harmonist, da Boss) na tentativa de emular o som de uma guitarra de 12 cordas. Porém, pedais de chorus e/ou detune não permitem oitavar as cordas mais graves de uma guitarra e oitavadores não são capazes de produzir o efeito de dobra dos 02 primeiros pares de um instrumento de 12 cordas. Por isso, a simulação obtida com estes recursos não é convincente. Efeitos de dobra e de oitava ocorrem nas guitarras de 12, mas em pares de cordas diferentes, não simultaneamente em um mesmo par. Daí a dificuldade de se obter êxito nas simulações.
Unidades mais sofisticadas, como os sistemas de modelação da série VG, da Roland; e as guitarras de modelação, como os modelos Variax, da Line 6, Stratocaster VG, da Fender/Roland e Starstream, da Vox, tendem a oferecer simulações mais convincentes de guitarras de 12.
Recentemente a DigiTech lançou o Mosaic, um pedal que promete "transformar" sua guitarra ou violão de 6 em uma guitarra ou violão de 12, respectivamente.
DigiTech Mosaic vs Fender/Roland Stratocaster VG
canal no YouTube: Brett Kingman
Para finalizar, vale a pena ressaltar, que existem várias formas de se imitar o som de guitarras de 12 cordas, sem o uso de unidades de efeitos, empregando para isso diferentes abordagens, tais como: o uso de intervalos harmônicos de oitavas, a gravação de overdubs oitavados e em uníssono - com ou sem o emprego de afinação Nashville - e a utilização de progressões de acordes que incluam cordas soltas, principalmente da metade da escala em diante.
EFEITOS
Para Guitarra e Outros Instrumentos
facebook.com/efeitosparaguitarra
Marcos Falcão
marcosfalcao04@gmail.com