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sábado, 18 de novembro de 2017

Guitarras de 12 (GUITARRAS)

GUITARRAS DE 12 CORDAS


Jeff Beck e Jimmy Page (com sua Fender Electric XII "hockey stick")

imagem: http://equipboard.com/pros/jimmy-page/fender-electric-xii-12-string-duplicate

Intro

Guitarras de 12 cordas ainda são relativamente raras nos setups de guitarristas. Não são tão comuns, por exemplo, quanto o seu equivalente acústico, o violão de 12 cordas. E, apesar de inúmeros fabricantes oferecerem ao menos uma versão do instrumento, ele ainda permanece restrito a um nicho de mercado formado principalmente por músicos que atuam em estúdio, e não somente nos palcos. Enquanto as primeiras guitarras elétricas foram lançadas por volta de 1930, a produção de modelos de 12 cordas só teve início cerca de duas décadas depois, nos anos 1950. O auge da popularidade das guitarras de 12 cordas ocorreu entre meados dos anos 1960 e dos anos 1970.

Guitarras de 12 apresentam 06 cordas extras em relação às guitarras tradicionais, formando com as cordas originais 06 pares, dos quais 02 são afinados em uníssono (as primas E e B), e os demais, em oitavas, com as cordas extras adicionando o intervalo de oitava acima em relação às 04 cordas originais mais graves (G, D, A e E bordão). As cordas que compõem cada par são tocadas simultaneamente pelo instrumentista.


Linha do tempo

As primeiras guitarras de 12 surgiram em meados da década de 1950, inicialmente no formato double neck (guitarra de 02 braços - no caso, de 06 e 12 cordas). O primeiro modelo foi o Twin, lançado pela Stratosphere Guitar Manufacturing Company, dos irmãos Russell e Claude Deaver, em 1954. Um pouco mais tarde, em 1957, a Gibson lançaria a primeira versão do famoso modelo EDS-1275, a "Double 12".

Strastosphere Twin

https://www.youtube.com/watch?v=NYdwwDSEP2g
canal no YouTube: TK Smith Guitar

Aparentemente, somente na década de 1960 começaram a surgir os primeiros modelos de guitarras de 12 cordas no formato single neck. A Danelectro foi a pioneira na fabricação desse tipo de guitarra de 12: o instrumento foi batizado de Bellzouki, tendo sido projetado pelo genial guitarrista Vincent Bell, inspirado no design do bouzouki grego. O modelo foi lançado em 1961.

Danelectro Bellzouki 7010

https://www.youtube.com/watch?v=cOq2OMOEjS8
canal no YouTube: Lawman Guitars

Em1963, a Gibson lançou a segunda e mais conhecida versão da EDS-1275, a Doubleneck "SG-style". Essa seria a versão imortalizada por guitarristas como Jimmy Page (Led Zeppelin), Alex Lifeson (Rush) e Don Felder (Eagles).
A Rickenbacker, percebendo a tempo os ventos favoráveis, resolveu entrar na disputa pelo mercado das 12 cordas em 1964, lançando simultaneamente vários modelos, entre eles a clássica 360/12 - adotado por George Harrison (The Beatles), no auge da beatlemania, e por Roger McGuinn (The Byrds) -, além das menos conhecidas 450/12625/12.
O ano de 1965 veria outros 03 pesos-pesados entrarem na briga: a Vox, com os modelos Mark XII (no formato teardrop) e Phantom XII; a Fender, com a lendária Electric XII e seu headstock no formato de taco de hockey; e a Gibson, com a semiacústica ES-335 12-string. Além destas empresas, a sueca Hagstrom também lançaria no mesmo ano a Hagstrom 12.
Em 1966, seria a vez da Gretsch - após ter feito 03 protótipos, em 1964, para George Harrison, Mike Nesmith (The Monkees) e Chet Atkins - colocar em produção sua 12-string (Models 6075 "sunburst" e 6076 "natural").  No mesmo ano, a Epiphone, lançou o modelo Wilshire 12-string, e a Guild, a Starfire XII.

Jimmy Page, do Led Zeppelin, e sua icônica Gibson EDS-1275 Doubleneck "SG-style",
utilizada ao vivo em músicas como "Stairway To Heaven", "Tangerine" e "The Song Remains the Same" (vídeo acima).

https://www.youtube.com/watch?v=w6t_wk0WrxA
canal no YouTube: heisenberg

Com o tempo, as guitarras de 12 cordas passaram a ser oferecidas em um número cada vez maior de modelos, sendo produzidas por diversos fabricantes, como Washburn, SteinbergerBurns, Ibanez, Shecter,  Italia GuitarsESP, PRSYamaha, Hutchins, DuesenbergEastwood, Dean Guitars e a brasileira N.Zaganin Custom Guitars.


Afinações alternativas

Geralmente, guitarras de 12 cordas utilizam a afinação padrão (EADGBE), a mesma empregada nas guitarras convencionais de 06 cordas. Assim, os desenhos de acordes, arpejos e escalas permanecem iguais aos dos modelos de 06 cordas.
Afinações abertas e demais afinações alternativas eventualmente empregadas em guitarras de 6 também podem ser utilizadas nas guitarras de 12, bem como inúmeras outras possibilidades oferecidas pela presença das cordas adjacentes às 06 convencionais. A pioneira Strastosphere Twin, por exemplo, foi projetada para ser usada com uma afinação em terças, e não em uníssono e oitavas como a afinação padrão de uma 12 cordas. O Bellzouki, da Danelectro, empregava a princípio o terceiro par (G) em uníssono, e não oitavado, como o habitual.
Outras afinações alternativas podem incluir pares afinados em intervalos de quintas ou mesmo alternar diferentes intervalos, como quintas, oitavas, terças e/ou sextas (intervallic tunings). Por outro lado, o uso de 06 pares em uníssono também é uma alternativa interessante para se obter um efeito natural de dobra.


Usuários famosos

Jimmy Bryant, Speedy West, Chet Atkins, Vinnie Bell, John McLaughlin (Mahavishnu Orchestra), Pete Townshend (The Who), Jimmy Page (Led Zeppelin), Don Felder (Eagles), Alex Lifeson (Rush), Steve Howe (Yes), George Harrison (The Beatles), Mike Nesmith (The Monkees), Roger McGuinn (The Byrds), Carl Wilson (The Beach Boys), Johnny Marr (The Smiths), Tom Petty, John Lennon (The Beatles), Mike Campbell (Tom Petty and The Heartbreakers), Peter Buck (R.E.M.), Wayne Hussey (The Mission), Tom Morello (Rage Against the Machine), Dean DeLeo (Stone Temple Pilots), Troy Van Leeuwen (Queens of the Stone Age), Nick Valensi (The Strokes), Ed O'Brien (Radiohead), entre outros. E, no Brasil, Lulu Santos, Cláudio Venturini (14 Bis), Samuel Rosa (Skank) e Jr. Tostoi (Lenine).

Mike Campbell (Tom Petty and the Heartbreakers) fala sobre sua Rickenbacker 625/12.

https://www.youtube.com/watch?v=NNUWlrKaWkA
canal no YouTube: Jacob K


Dicas de uso

- Palhetas leves e médias (com espessuras entre, aproximadamente, 0.60 e 0.80 mm) são geralmente as mais utilizadas com guitarras de 12 cordas;

- Quanto ao tipo de cordas empregado, a maioria dos modelos de guitarras de 12 sai de fábrica com encordoamentos .010, do tipo round wound. Muitos instrumentistas, no entanto, afirmam obter melhores resultados (no caso, um som com maior definição) com cordas lisas, do tipo flat wound. Porém, este tipo de encordoamento para modelos de 12 cordas, pode ser mais difícil de achar, sendo fabricado por poucas empresas e comercializado a um preço consideravelmente mais elevado;

- Em relação aos efeitos mais empregados, é bastante comum o uso de compressão com guitarras de 12 cordas. O efeito ajuda a nivelar o volume das várias cordas, equilibrando o som do instrumento e proporcionando um aumento do volume médio, dando a sensação de um maior sustain.

- Apesar das guitarras de 12 cordas soarem "ok" com diferentes tipos de amplificadores, alguns clássicos do rock - entre eles, "Mr. Tambourine Man", com os Byrds, e "Stairway to Heaven", do Led Zeppelin - foram gravados com o instrumento plugado diretamente em linha, acrescido de compressão e um pouco de reverb.


Discografia Selecionada

"Stratosphere Boogie" (single, 1954) - Speedy West & Jimmy Bryant

Gravada pelo prodígio Jimmy Bryant, com um protótipo da guitarra double neck Stratosphere Twin, utilizando pares de cordas afinados em intervalos de terças, "Stratosphere Boogie" mostra toda a musicalidade e virtuosismo do guitarrista, que teria optado por empregar o instrumento com a intenção de alcançar uma sonoridade próxima à obtida por duas guitarras sendo tocadas ao mesmo tempo.


- "Stratosphere Boogie", Speedy West & Jimmy Bryant

https://www.youtube.com/watch?v=_yIFsbOtmao
canal no YouTube: mylescdavis


"Somebody Stole My Gal" (single, 1955) - Chet Atkins

Outro raro exemplo de uma Stratosphere Twin em ação, com sua peculiar afinação de pares de cordas em intervalos de terças, executada aqui pelo "Country Gentleman" Chet Atkins.

"Somebody Stole My Gal" (1955), Chet Atkins

https://www.youtube.com/watch?v=wRg1t3XxF2E
canal no YouTube: Ken M.


"A Hard Day's Night" (A Hard Day's Night, 1964) - The Beatles

Em 1964, durante a primeira turnê norte-americana dos Beatles, George Harrison foi presenteado pela Rickenbacker com um dos protótipos de um novo modelo da marca, que se tornaria um clássico: a 360/12. Guitarra semiacústica de 12 cordas que, fugindo do padrão adotado pela concorrência, oferecia as cordas mais graves na parte superior dos pares, além de apresentar um headstock inovador, desenvolvido por Dick Burke, com as tarraxas dos pares de cordas em posição cruzada. Com ela, o mais jovem dos Beatles gravaria, entre outras canções, o hit "A Hard Day's Night", influenciando de forma marcante toda uma geração de guitarristas e iniciando oficialmente a "era de ouro das guitarras de 12 cordas". Harrison usaria novamente uma guitarra de 12 em várias outras músicas dos Fab Four, como "You Can't Do That", "I Call Your Name", "What You're Doing", "I Should Have Known Better" e "Ticket to Ride".

Marcus Rampazzo apresenta "A Hard Day's Night" (1964), dos Beatles,
com sua Rickenbacker 360/12.

https://www.youtube.com/watch?v=iJqF1MFf3qA
canal no YouTube: VintageGuitarBrazil


"Turn! Turn! Turn!" (Turn! Turn! Turn!, 1965) - The Byrds

Fortemente influenciado pelos Beatles e, em especial, por George Harrison e seu novo instrumento - uma "Ric" de 12 -, o guitarrista dos Byrds, Roger McGuinn, resolveu adquirir também um Rickenbacker 360/12, em 1965. O instrumento acabou marcando de forma indelével a sonoridade do grupo e foi determinante para forjar a assinatura sonora de McGuinn. O guitarrista utilizava uma palheta e duas dedeiras (nos dedos médio e anular) para executar o instrumento, ao qual sempre acrescia uma boa dose de compressão. Em 1966, seguindo o conselho do amigo Paul Kantner, guitarrista da banda Jefferson Airplane, passou a utilizar também um treble booster de silício - o Vox V806 Treble Booster - em sua cadeia de sinal. Em 1967, a Rickenbacker lançaria o modelo 370/12, baseado numa customização feita a pedido de Roger McGuinn, que solicitou que fosse instalado um terceiro captador em sua 360/12.

Roger McGuinn e sua Rickenbacker 360/12
- "Turn!Turn!Turn!" (1965), The Byrds

https://www.youtube.com/watch?v=T51nmyCODHQ
canal no YouTube: hardfolk


"Meeting Of The Spirits/ You Know, You Know" (The Inner Mounting Flame, 1971) - Mahavishnu Orchestra

Guitarrista virtuoso brilhante, McLaughlin -  professor de guitarra do jovem Jimmy Page, em meados dos anos 1960 -, entre outros feitos, ajudou a ampliar as fronteiras do jazz com Miles Davis, no final dos anos 1960; entrou de cabeça no jazz-rock com a Mahavishnu Orchestra, nos anos 1970; e formou um supertrio de virtuoses com Al Di Meola e Paco de Lucía, no início dos anos 1980. Além de sua Gibson EDS-1275 Doubleneck "SG-style", McLaughlin teve dois outros modelos similares (double necks de 06 e 12 cordas) construídos especialmente para ele: um feito pelo luthier californiano Rex Bogue (sua famosa "Double Rainbow") e outro, usado em sua última turnê pelos Estados Unidos, feito por Paul Reed Smith.

"Meeting of the Spirits/ You Know You Know" (1971), The Mahavishnu Orchestra

https://www.youtube.com/watch?v=LcQKjffxIOY
canal no YouTube: Ron Hoover


"Stairway to Heaven" (álbum sem título - "Led Zeppelin IV", 1971) - Led Zeppelin

A épica "Stairway to Heaven", composta por Jimmy Page em parceria com Robert Plant, é, sem dúvida, a canção mais famosa do Led Zeppelin. Em sua gravação, Page utilizou 03 instrumentos: uma guitarra sólida '59 Fender Telecaster plugada em um pequeno amplificador Supro; um violão dreadnought de aço de 06 cordas Sovereign H1260, da Harmony; e uma guitarra de 12 cordas plugada diretamente em linha.
Segundo Page, o modelo de 12 cordas utilizado teria sido uma Electric XII, da Fender, porém, em uma entrevista dada à revista Rhythm Magazine, em 2009, o falecido engenheiro de gravação Andy Johns aparentemente sugere que o modelo usado pode ter sido uma Rickenbacker de 12 cordas (é sabido que Page possui uma 360/12, além de modelos de outros fabricantes, como uma Vox Phantom XII e uma Danelectro '59DC 12-string). O trecho da entrevista é o seguinte: "Jimmy was always running his 12-string Rickenbacker through a box, which is a good sound. But if you do it direct and compress it, you get a much more bell-like quality. So I suggested we try that and he really liked it. (...)".
Para executar "Stairway to Heaven" ao vivo, Jimmy Page sempre utilizou sua EDS-1275 Doubleneck "SG-style", encomendada junto à Gibson em 1971. Em 2007, a empresa lançou uma reedição do modelo, batizado como  Jimmy Page Signature EDS-1275 Doubleneck.

"Stairway to Heaven", ao vivo.

https://www.youtube.com/watch?v=y4eWTcVuGmg
canal no YouTube: Led Zeppelin

"Xanadu" (A Farewell to Kings, 1977) - Rush

Segundo o próprio Alex Lifeson, fã declarado de Jimmy Page, ele adquiriu 02 EDS-1275 Doubleneck "SG-style" em 1976: uma heritage cherry - que podemos ver em ação no vídeo abaixo - e uma outra branca. Com a vermelha, Lifeson teria presenteado o guitarrista da banda canadense Big Sugar, Gordie Johnson, em 1996, o qual, curiosamente, parece tê-la devolvido anos depois. O modelo EDS-1275 Doubleneck foi utilizado pelo guitarrista do Rush em várias sessões de gravação de músicas antológicas, como "Xanadu", "Something for Nothing e "Vapor Trails", e marcou presença nas turnês de 1977-1983 e, depois, de 1991-1996. Em 2015, a Gibson lançou uma réplica da white alpine de Lifeson: o modelo Alex Lifeson Double Neck.

Alex Lifeson e sua Gibson EDS-1275

"Xanadu", Rush


canal no YouTube: RushVEVO


"The Waiting" (Hard Promises, 1981) - Tom Petty & The Heartbreakers

Tom Petty foi bastante influenciado não só pelos Beatles, de George Harrison, mas também pelos Byrds, de Roger McGuinn. Ambas as influências ficam evidentes em "The Waiting", considerado pelo próprio artista como o seu melhor momento com uma guitarra de 12. O primeiro modelo de 12 cordas de Tom Petty foi uma Vox Phantom XII, somente mais tarde ele adquiriu também uma Rickenbacker 360/12, semiacústica, além de uma Fender Electric XII. Mike Campbell, guitarrista dos Heartbreakers, parceiro de Tom, aparece no vídeo de "The Waiting" com outro modelo de 12 cordas: uma Rickenbacker 625/12, de corpo sólido.

As Rickenbackers de 12 cordas de Tom Petty e Mike Campbell
"The Waiting", Tom Petty and The Heartbreakers

https://www.youtube.com/watch?v=uMyCa35_mOg
canal no YouTube: TomPettyVEVO


"Sheila Take A Bow" e "Shoplifters of the World Unite" (singles, 1987) - The Smiths

Considerada por muitos a maior banda inglesa dos anos 1980, os Smiths permaneceram juntos por pouco tempo (1982-1987), mas influenciaram fortemente uma legião de bandas contemporâneas e subsequentes. O guitarrista e "maestro" dos Smiths, Johnny Marr, já teve em sua coleção pelo menos 03 guitarras Gibson ES-335 12-string (um exemplar de cada cor disponível para o modelo - vermelha, preta e sunburst) - a que aparece no vídeo abaixo foi dada de presente ao guitarrista Bernard Butler, da banda Suede, em 1995. Além destas, Marr já foi visto com outros 02 modelos de 12 cordas - uma Rickenbacker 330/12, que foi de Phil Manzanera (Roxy Music), e uma Rickenbacker 360/12, que pertenceu a Pete Townshend, do The Who.

Johnny Marr, com uma Gibson ES-335 12-string
na última apresentação ao vivo dos Smiths, no programa The Tube.

 "Sheila Take a Bow" e "Shoplifters of the World Unite", The Smiths

https://www.youtube.com/watch?v=haVLf0ILkaw
canal no YouTube: Sav Bomb


"In My Darkest Hour" (So Far, So Good...SoWhat, 1988) - Megadeth

Originalmente gravada com um violão de aço, "In My Darkest Hour" eventualmente é interpretada ao vivo por Dave Mustaine com uma Jackson King V Double Neck. Mustaine possui em seu arsenal de guitarras outros modelos de double necks, de 06 e 12 cordas, tanto da Jackson, como da Dean Guitars.

O Megadeth ao vivo, na Itália (1992).
"In My Darkest Hour", Megadeth.

https://www.youtube.com/watch?v=a9AwwWzYEvo
canal no YouTube: MegadethizeD


"Apenas Mais Uma de Amor" (Mondo Cane, 1992) - Lulu Santos

Lulu Santos é um aficionado por tudo que diz respeito ao universo guitarrístico e isso inclui, obviamente, também as guitarras de 12 cordas. A versão original de "Apenas Mais Uma De Amor" conta com um violão de aço de 12 cordas, porém, ao vivo, Lulu frequentemente utiliza uma guitarra de 12 cordas para executar a canção. Ele já foi visto usando modelos diversos, como Rickenbacker 360/12, Italia Rimini 12, Jerry Jones SingleCut 12string e Charvel Surfcaster 12-string. No vídeo abaixo o músico utiliza um modelo de fabricação nacional: uma N. Zaganin Blend 12.

Lulu e sua N. Zaganin Blend 12
"Apenas Mais Uma de Amor", Lulu Santos

https://www.youtube.com/watch?v=NI8HLQgm3Bo
canal no YouTube: estudiomlevi


"Electricityscape" (First Impressions of Earth, 2006) - The Strokes

Considerada pela crítica musical como a nova "salvação do rock" no início dos anos 2000, a banda nova-iorquina The Strokes, do baterista brasileiro Fabrizio Moretti, se tornou um dos grupos mais influentes do início do milênio. O guitarrista Nick Valensi, que adotou como instrumento principal uma Epiphone Riviera, eventualmente, pode ser visto tocando uma versão de 12 cordas do modelo nas apresentações da banda. A Riviera 12-string é o equivalente da Epiphone à ES-335 12-string, da Gibson. A diferença fundamental entre os 02 modelos é a utilização, quase sempre, de mini-humbuckers na Epiphone.

Nick Valensi, ao vivo, com sua Epiphone Riviera 12-string
"Electricityscape", The Strokes

canal no YouTube: Jue


"Ghost of Karelia" (Crack the Skye, 2009) - Mastodon

Apesar de tradicionalmente pouco empregadas por bandas de heavy metal, guitarras de 12 cordas são instrumentos capazes de se darem bem em praticamente qualquer estilo, adicionando cores únicas à paleta sonora do guitarrista. Brent Hinds, do Mastodon, possui pelo menos dois modelos feitos pela First Act Custom Shop: uma single neck, 12-string Lola Double Cut, e uma double neckDouble Cut, de 06 e 12 cordas.

Brent Hinds e sua First Act Custom Shop, de 12 cordas, ao vivo.
"Ghost of Karelia", Mastodon

https://www.youtube.com/watch?v=v4dcfq6QjGg
canal no YouTube: Mastodon

Simuladores de Guitarras de 12

Em termos de sonoridade, guitarras de 12 cordas oferecem o chamado "jingle-jangle sound", proporcionando um som mais cheio, com mais agudos e um efeito natural de dobra bastante característico. Elas podem, de certa forma, ser consideradas como precursores de certos efeitos eletrônicos, como chorus, detune e oitavadores que, com o instrumento, podem ser obtidos naturalmente com os pares de cordas afinados em uníssono e oitavas, respectivamente. 
Sendo assim, é bastante comum o uso de pedais de chorus (analógicos ou digitais) e de oitavadores ou pitch shifters polifônicos digitais (como o oitavador Micro POG, da Electro-Harmonix, e o pitch shifter PS-6 Harmonist, da Boss) na tentativa de emular o som de uma guitarra de 12 cordas. Porém, pedais de chorus e/ou detune não permitem oitavar as cordas mais graves de uma guitarra e oitavadores não são capazes de produzir o efeito de dobra dos 02 primeiros pares de um instrumento de 12 cordas. Por isso, a simulação obtida com estes recursos não é convincente. Efeitos de dobra e de oitava ocorrem nas guitarras de 12, mas em pares de cordas diferentes, não simultaneamente em um mesmo par. Daí a dificuldade de se obter êxito nas simulações.
Unidades mais sofisticadas, como os sistemas de modelação da série VG, da Roland; e as guitarras de modelação, como os modelos Variax, da Line 6, Stratocaster VG, da Fender/Roland e Starstream, da Vox, tendem a oferecer simulações mais convincentes de guitarras de 12.
Recentemente a DigiTech lançou o Mosaic, um pedal que promete "transformar" sua guitarra ou violão de 6 em uma guitarra ou violão de 12, respectivamente.

DigiTech Mosaic vs Fender/Roland Stratocaster VG

canal no YouTube: Brett Kingman

Para finalizar, vale a pena ressaltar, que existem várias formas de se imitar o som de guitarras de 12 cordas, sem o uso de unidades de efeitos, empregando para isso diferentes abordagens, tais como: o uso de intervalos harmônicos de oitavas, a gravação de overdubs oitavados e em uníssono - com ou sem o emprego de afinação Nashville - e a utilização de progressões de acordes que incluam cordas soltas, principalmente da metade da escala em diante.


EFEITOS
Para Guitarra e Outros Instrumentos

facebook.com/efeitosparaguitarra

Marcos Falcão
marcosfalcao04@gmail.com

quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Moduladores dinâmicos (EFEITOS DE MODULAÇÃO)

Moduladores dinâmicos

Efeitos de modulação são comumente pensados como unidades que utilizam um oscilador de baixa frequência (LFO) para produzir e controlar o efeito. No entanto, alguns fabricantes de pedais vêm disponibilizando em seus moduladores uma alternativa bastante interessante como fonte de modulação: o envelope resultante da dinâmica do toque do próprio instrumentista. Utilizando-se de um seguidor de envelope para descrever a amplitude do sinal de entrada, em função do qual a modulação irá atuar, tais unidades também contam com um LFO, mas permitem diferentes possibilidades de ajustes e sonoridades. 

Modelos pioneiros

Aparentemente, os primeiros efeitos de modulação a oferecerem este tipo de recurso foram lançados ainda na década de 1970, no formato de unidades de rack, por empresas norte-americanas, como a Eventide Clockworks e a extinta MICMIX Audio Products.

Instant Phaser (1971) e Instant Flanger (1976)

A Eventide (originalmente Eventide Clockworks) foi uma das empresas pioneiras nessa área, oferecendo desde seus lançamentos iniciais unidades de efeito que contam com a possibilidade de escolha entre diferentes fontes de modulação. Um dos primeiros moduladores dinâmicos a ser comercializado foi a unidade de rack PS101 Instant Phaser, famosa também por ter sido utilizada na bateria de John Bonham, na antológica "Kashmir", do Led Zeppelin. Um pouco mais tarde, seria lançado o FL201 Instant Flanger, adotado por artistas, produtores e estúdios de renome, como Kraftwerk, Tony Visconti, Mahogany Rush e Record Plant Studios.

PS101 Instant Phaser



Dynaflanger (c.1978)

A MICMIX Audio Products, de John R. Saul, ficou conhecida nos anos 1970 principalmente por fabricar unidades de reverb de alta qualidade, mas também entrou para a história por lançar o raro Dynaflanger, um dos primeiros moduladores a oferecer a opção de controle do efeito pela dinâmica do instrumentista, atuando em função do envelope. O modelo ficou famoso por ter sido usado por guitarristas influentes, como Frank Zappa e Mark Knopfler (Dire Straits), e acabou tornando-se fonte de inspiração para modelos atuais, como os pedais Pigtronix Quantum e Keeley Bubble Tron.

Model 265 Dynaflanger


12 Moduladores dinâmicos no formato de pedal

Nos últimos anos, tem sido cada vez mais frequente o lançamento, por diferentes fabricantes, de pedais de modulação (chorus, flanger, phaser, etc.) que oferecem o recurso de controle por envelope. Foxrox Electronics, Line 6, Pigtronix, Keeley Electronics, Seymour Duncan, SubDecay e Strymon estão entre as empresas que vêm apostando nesse tipo de recurso como um novo padrão para os produtos dessa categoria de efeitos, disponibilizando um número cada vez maior de modelos que empregam essa tecnologia. Selecionamos 12 moduladores dinâmicos para você se familiarizar um pouco mais com esse "novo" universo em expansão. Nessa lista foram incluídos:
  • 03 tremolosLine 6 Tap Tremolo, Pigtronix Tremvelope e Keeley DynaTrem;
  • 02 flangersFoxrox Paradox e Line 6 Liqua-Flange;
  • 02 choruses: Strymon Ola e Seymour Duncan Catalina; 
  • 01 phaserPigtronix Envelope Phaser;
  • 01 ring modulator: Way Huge Ringworm;
  • 01 vibrato: SubDecay Siren;
  • 02 modelos multifuncionais: Keeley Bubble Tron (step filter, phaser e flanger) e Pigtronix Quantum (chorus e vibrato).

1) Foxrox Electronics Paradox TZF (2002) e Paradox TZF2 (2015)

O Paradox TZF original, de Dave Fox, foi o primeiro pedal de flanger a obter sucesso em recriar a sonoridade through-zero-flanging (TZF), típica do flanging de fita - versão do efeito utilizada nos estúdios de gravação em álbuns clássicos desde os anos 1960. Por meio do controle envelope o modelo permite combinar a dinâmica do toque do instrumentista com o ajuste do controle manual, produzindo sons únicos de flanging. Porém, de forma intencional, o Paradox foi projetado para não responder de forma tão imediata quanto um envelope filter, por exemplo. Além dos controles já citados, o modelo apresenta os tradicionais knobs de profundidade (depth), velocidade (speed) e realimentação (regeneration), e os menos frequentes controles de polaridade (negative/positive) e mix. Trata-se de um flanger analógico, com chips de BBD e saídas estéreo. Mais recentemente, uma versão compacta e modificada do modelo foi lançada: o Paradox TZF2. Entre os usuários: Frank Marino (Mahogany Rush) e Steve Stevens (Billy Idol).

Paradox TZF2


2) Line 6 Tap Tremolo (2004)

Lançado como parte da linha de pedais ToneCore, da Line 6, no rastro do sucesso do multimodulador MM4 Modulation Modeler e demais modelos da série Stompbox Modelers, o Tap Tremolo manteve todos os recursos presentes nos modelos de tremolo de seu antecessor (MM4), apesar de apresentar um tamanho reduzido. O modelo oferece 03 modos de funcionamento: Bias, Opto e Pan, e os habituais controles speed, depth e shape (forma de onda), além do inédito (no formato de pedal compacto) controle peak. Neste, um peak follower atua provocando a alteração da velocidade do efeito em função da intensidade do toque do instrumentista. Quanto mais forte for o ataque, mais rápida será a velocidade do efeito. O modelo possui saídas estéreo, o que permite que atue também como autopanner (modo Pan).

Tap Tremolo


3) Pigtronix EP-1 Envelope Phaser (c.2004) e EP-2 Envelope Phaser (2009)

O Envelope Phaser é um dos modelos mais bem-sucedidos da Pigtronix. Sua primeira encarnação, o EP-1, foi também o primeiro lançamento da empresa de David Koltai, tendo sido baseado em antigos projetos do famoso livro Electronic Projects for Musicians (1975), do guru da eletrônica Craig Anderton. No Envelope Phaser a modulação de fase pode ser controlada tanto pelo envelope, quanto por um LFO, ou pela combinação de ambos (Blend switch). A segunda versão do modelo, o EP-2, foi projetada em parceria com o engenheiro Howard Davis (ex-Electro-Harmonix), e conta com os switches "EF sweep" (up/down), que permite selecionar a direção do movimento do envelope, e "LFO smooth", que reduz a ressonância do efeito, possibilitando a recriação de uma sonoridade mais vintage, `próxima à de um Uni-Vibe. Também oferece a função Staccato, que rapidamente fecha o envelope quando ocorre uma pausa entre duas notas. O modelo possui entrada para pedal de expressão e saída mono. Entre os usuários: John Scofield, Peter Frampton, e os baixistas Victor Wooten, Juan Alderete (The Mars Volta), Aston "Family Man" Barrett (The Wailers) e Bootsy Collins (Parliament-Funkadelic).

Envelope Phaser


4) Line 6 Liqua-Flange (2005)

Outro modelo da linha ToneCore, da Line 6, o Liqua-Flange se destaca pela versatilidade. Além dos habituais controles depth, speed, feedback (regeneration) e time (manual), o modelo conta com o seletor rotativo "Wave Select" (com 11 opções de "waveforms", incluindo Envelope Down e Envelope Up) e com duas chaves: Model, que permite escolher o tipo de flanger (digital, analog liquid), e  Polarity (negative positive). O modelo possui entradas e saídas estéreo, e ainda oferece a opção de ajuste de velocidade via tap tempo.

Liqua-Flange


5) Strymon Ola dBucket Chorus & Vibrato (2010)

Desenvolvido pelo engenheiro e sound designer Pete Celi, o Ola é um pedal de chorus digital projetado para reproduzir com perfeição a sonoridade de modelos analógicos, que utilizam chips do tipo BBD. O modelo oferece 03 tipos de chorus (chorus, multi e vibrato) e 03 modos de funcionamento (normal, ramp e envelope). Conta com os controles tonemix e ramp/sens, além dos tradicionais controles depth e speed. Possui entradas e saídas estéreo. 

Ola


6) Pigtronix Tremvelope (2010)

Projetado por Howard Davis e David Koltai, o Tremvelope é um pedal de tremolo óptico, com saídas estéreo (atua também como autopanner), que permite que a dinâmica do toque do instrumentista altere a velocidade e a profundidade do efeito, para mais ou para menos, de acordo com o ajuste configurado. O switch Acceleration determina a rapidez das alterações provocadas pelo toque. O modelo possui as opções de formas de onda senoidal e dente-de-serra. É usado, entre outros, pelo guitarrista Adrian Belew (King Crimson).

Tremvelope


7) Way Huge Ringworm Ring Modulator (2011)

O Ringworm, projetado por Jeorge Tripps, oferece, além dos controles convencionais de rate, width e frequency (que controla a afinação do oscilador interno), 03 diferenciais em relação a seus concorrentes na categoria: o controle Blend, que permite combinar na medida desejada o som direto com o som processado; a chave rotativa Mode, que possibilita a seleção de diferentes tipos de formas de onda e inclui a opção Envelope (primeiro modo a ser demonstrado no vídeo abaixo), que faz com que o efeito responda à dinâmica do toque do instrumentista; e uma entrada para pedal de expressão, que permite que o instrumentista possa controlar com o pé, em tempo real, o ajuste do parâmetro Freq. Entre os usuários: Joe Bonamassa

Ringworm


8) SubDecay Siren Pitch Vibrato (c.2013)

Projetado por Brian Marshall, da SubDecay, o Siren é um raro pedal de vibrato que oferece a opção de controle do ajuste de velocidade do efeito por meio da dinâmica do instrumentista. O controle Enchant (sensitivity) permite ajustar a forma com que o efeito irá responder ao toque, acelerando ou desacelerando a velocidade da modulação. Assim é possível produzir variações do efeito por meio de alterações na intensidade da palhetada. 

Siren


9) Pigtronix Quantum Time Modulator (2013)

Declaradamente inspirado no som de Frank Zappa e seu Dynaflanger - que pode ser ouvido, por exemplo, no álbum "Shut up and Play Yer Guitar" (1981) - , o Quantum é um pedal de chorus e vibrato no qual o efeito de modulação pode ser controlado via LFO e/ou Envelope. Desenvolvido a partir de uma demanda de Dweezil Zappa, que desejava uma unidade compacta que fosse capaz de fazer o trabalho do Dynaflanger de seu pai, o modelo pode alcançar também sonoridades próximas à de unidades clássicas mais robustas, como o Roland Dimension D SDD-320 e o TC 1210 Spatial Expander + Stereo Chorus/Flanger. O Quantum conta com 02 circuitos de chorus analógicos em paralelo, podendo ser ligado em mono ou em estéreo, via cabo TRS. Entre os usuários: Andy Summers (The Police), Dweezil Zappa e Guthrie Govan (The Aristocrats).

Quantum


10) Keeley Electronics DynaTrem (2015)

O DynaTrem, como o nome sugere, é um tremolo dinâmico, cujos controles de velocidade (rate) e intensidade (depth) respondem ao toque do instrumentista. O modelo possui 03 modos: Dynamic Rate, onde a velocidade do efeito é controlada pelo toque do instrumentista (quanto mais forte o ataque, mais rápida será a velocidade do efeito); Dynamic Depth, onde a intensidade do efeito responde à palhetada (quanto mais forte o ataque, maior a intensidade do tremolo); e Harmonic Tremolo + Reverb, que oferece um tremolo harmônico com reverb, no qual o reverb pode ser ajustado pelo controle Shape. O modelo oferece 04 tipos de formas de onda: senoidal, quadrada, ramp up e ramp down. Desde a unidade de número 300, o DynaTrem passou a disponibilizar também  mais um modo: o tremolo padrão (standard tremolo), que utiliza forma de onda triangular.

Dynatrem


11) Seymour Duncan Catalina Dynamic Chorus (2016)

O Catalina é um pedal de chorus/doubler dinâmico que pode ter o parâmetro depth controlado pela dinâmica do instrumentista. Para isso, basta acionar o modo Dynamic Expression, via footswitch independente, que oferece 02 opções: hard e soft. O modelo conta ainda com saídas estéreo e com os controles de tonalidade (LPF), delay (para ajuste do tempo de delay das modulações) e threshold (ajuste de sensibilidade para o modo dinâmico). 

Catalina


12) Keeley Electronics Bubble Tron (2016)

O Bubble Tron, de Robert Keeley, é um pedal do tipo 3 em 1. Ele oferece 03 modos: Filter, Phase e Flange. O modo Filter é um step filter; o Phase é, na verdade, composto de 02 phasers - um padrão e outro dinâmico -, que podem ou não ser combinados, e que atuam em paralelo, apresentando varreduras em direções opostas; e o modo Flange, baseia-se no antigo Dynaflanger, da MICMIX, no qual o tempo de delay é controlado pela dinâmica do instrumentista. O modelo conta com entrada e saída mono.


Bubble Tron


É sempre bom lembrar que, além dos modelos citados acima, existem atualmente várias outras opções de moduladores dinâmicos, de diferentes fabricantes, como os phase shifters Empress Phaser (2010) e DigiTech HardWire SP-7 Stereo Phaser (2011), e o tremolo Electro-Harmonix Super Pulsar (2015), por exemplo.


Multimoduladores

Alguns modelos de multimoduladores também oferecem a opção de seleção do modo envelope como fonte de modulação. No MM4 Modulation Modeler (2000), da Line 6, o controle de envelope (no caso, volume sensing) está disponível em modelos como Bias Tremolo, Opto Tremolo, Pitch Vibrato, Vibe e Panner. No ModFactor (2008), da Eventide, os modos envelope e ADSR podem ser selecionados para a maioria dos efeitos. Já o Mobius (2013), da Strymon, oferece a opção envelope apenas para alguns poucos, como o Quadrature (Ring Modulator AM/FM, Frequency Shifter) e o Filter.

 Ouça Frank Zappa e o Dynaflanger em "Joe's Garage"

terça-feira, 18 de julho de 2017

Pedais de Vibrato (VIBRATO)

PEDAIS DE
VIBRATO

Malekko "Omicron" Vibrato
Vibrato

O vibrato é um efeito de modulação de frequência, ou seja, que resulta de alterações cíclicas na afinação das notas. Na guitarra, este tipo de efeito pode ser obtido de diferentes maneiras: seja através do vibrato físico, produzido manualmente pelo instrumentista; do vibrato mecânico, com o emprego da alavanca de vibrato e pitch bending da guitarra; ou do vibrato eletrônico, que consiste em um circuito especialmente projetado para este fim, tenha ele o formato de pedal ou não. Apesar de ser um recurso bastante antigo, o vibrato eletrônico ainda é relativamente pouco empregado, se comparado a outros efeitos de modulação.

O vibrato, como efeito de áudio projetado para a guitarra, surgiu nos anos 1950, na forma de um circuito eletrônico valvulado (vibrato valvulado) que era integrado a alguns modelos de amplificadores, de fabricantes como Magnatone Vox/JMI. Nos anos 1960, o efeito ressurgiu como um dos modos dos pedais de vibe - que buscava emular o som do scanner vibrato dos antigos órgãos Hammond -, tendo sido adotado entre outros por Jimi Hendrix e, um pouco mais tarde, Robin Trower. A partir dos anos 1980, uma outra variante de vibrato tornou-se disponível: o vibrato de BBD. Esta é a versão do efeito utilizada por alguns dos guitarristas mais influentes no cenário do rock alternativo, como Nels Cline (Wilco), Omar Rodríguez-López (The Mars Volta) e, no Brasil, Gabriel Thomaz (Autoramas) e Fernando Catatau (Cidadão Instigado).


Analog Outfitters The Scanner (2015), unidade de scanner vibrato e reverb de molas.
canal no YouTube: Reverb
link: https://www.youtube.com/watch?v=ol9rbPiUXb0

Nota: 

O scanner vibrato original - criado por John Hanert - foi o primeiro tipo de vibrato eletrônico a ser desenvolvido, tendo sido instalado em órgãos Hammond a partir da segunda metade da década de 1940. Este tipo de vibrato precedeu inclusive o vibrato valvulado dos antigos amplificadores Magnatone, da década de 1950.


Tipos de Pedais de Vibrato

Os pedais de vibrato podem ser divididos em 03 grupos principais. de acordo com o tipo de vibrato produzido:

- Vibrato "clássico": é aquele que busca emular a sonoridade do vibrato valvulado, originalmente produzido por circuitos eletrônicos que eram instalados em alguns modelos de amplificadores vintage.
Electro-Harmonix Wiggler


- Vibrato "óptico": é produzido por modelos que utilizam um circuito óptico - com lâmpada (ou LED) e fotoresistor(es) - para gerar o efeito. Nesta categoria estão incluídos também os pedais de vibe, que possuem um modo vibrato.
SiB! Mr Vibromatic

- Vibrato "moderno": é aquele que gerado por unidades que utilizam chips de BBD em seu circuito ou que são projetados para emular a sonoridade de modelos que os utilizem.
TC Electronic Shaker

VIBRATO "CLÁSSICO"

No universo da guitarra, o que se costuma chamar de vibrato "clássico" é aquele que se baseia no efeito de vibrato produzido pelos circuitos valvulados que eram instalados em antigos amplificadores dos anos 1950, como os modelos da série Custom 200, da Magnatone, ou as primeiras versões dos combos Vox AC15 e AC30, feitas pela JMI. Via de regra, é um efeito de vibrato mais sutil, que muitas vezes é combinado com o tremolo (modulação de amplitude). 

No formato de pedal, esse tipo de efeito é comumente encontrado em unidades de dupla função, que oferecem ambos os efeitos: tremolovibrato. Alguns modelos são realmente valvulados ("real tube vibrato"), outros não, sendo porém projetados para emular o vibrato produzido por circuitos valvulados. O vibrato "clássico" foi um dos últimos tipos de vibrato a se tornar disponível no formato compacto de pedal.

Vox Cooltron VibraVOX
Exemplos de modelos:

VIBRATO/ TREMOLO

- Carl Martin TremO'vibe (c.1998)
- Marshall VT-1 Vibratrem (1998)
- Electro-Harmonix Wiggler (c.2002)
- Vox Cooltron VibraVOX (c.2006)


VIBRATO "ÓPTICO"

Como o nome sugere, essa categoria de vibrato é formada originalmente por modelos que empregam um circuito óptico para produzir o efeito. Podem ser unidades dedicadas exclusivamente ao efeito de vibrato ou um pedal de vibe, que geralmente oferece 02 modos de funcionamento: chorusvibrato.

Pedais de vibe foram os primeiros a oferecerem o efeito de vibrato no formato de pedal (vibrato "faseado"). Originalmente, os pedais de vibe "clássicos" contavam com um circuito com 01 pequena lâmpada e 04 fotocélulas.  Vibes "modernos", no entanto, como os modelos MXR M68 Uni-Vibe TC Electronic Viscous Vibe, não utilizam circuitos ópticos, mas são projetados para emular a sonoridade de vibes vintages, sendo, por extensão, também incluídos nesta categoria.

SIB Mr Vibromatic
Exemplos de modelos:

VIBRATO

- SiB! Mr Vibromatic (c.2004)
- Bigfoot FX MagnaVibe (c.2008)

PEDAIS DE VIBE ("Vibrato/Chorus")

- Univox Uni-Vibe (c.1968)
- Fulltone Deja'Vibe (c.1994)
- Korg Nuvibe (c.2014)
- DryBell Vibe Machine V-2 (2016)

DryBell Vibe Machine V.2 - modo vibrato a partir de 9:17


VIBRATO "MODERNO"
(vibrato de BBD)

Essa categoria de pedais de vibrato foi inaugurada nos anos 1980, pelo Boss VB-2 Vibrato, que apresenta um circuito analógico baseado na utilização de chips do tipo BBD. Versões digitais do efeito também são comuns, principalmente em unidades de multiefeitos e de modelação. Alguns modelos da categoria também oferecem o efeito de chorus.

Boss VibratoVB-2 vs VB-2w
Exemplos de modelos:

VIBRATO

- Boss VB-2 Vibrato (1982) 
- Malekko "Omicron" Vibrato (c.2009)
- TC Electronic Shaker (c.2011)
- Boss "Waza Craft" VB-2w Vibrato (2016)
- EFX Vibratoramas (2017)

CHORUS/ VIBRATO

- Dr. Scientist Cosmichorus (c.2005)
- BBE Mind Bender (2007)
- Diamond Vibrato (c.2007)
Chase Bliss Warped Vynil (c.2013)

Diamond Vibrato

Obs.: Alguns pedais de chorus também apresentam um modo chamado vibrato mas, em boa parte deles, o efeito que podemos ouvir quando selecionamos este modo não é um vibrato verdadeiro (true vibrato). Em vez disso, o que ouvimos é apenas um efeito de chorus mais radical. Exemplo: Boss CE-1 Chorus Ensemble.


Boas vibrações!!!

Mesmo sendo um dos efeitos de modulação mais antigos que existem, o vibrato em si não tornou-se um efeito tão popular quanto o chorus ou o tremolo, por exemplo. Talvez por isso mesmo continue sendo uma das opções favoritas para aqueles que buscam por um efeito de modulação menos usual e ao mesmo tempo versátil, capaz de produzir desde efeitos sutis de modulação até sons exagerados de oscilação de afinação.

Comparando diferentes modelos de vibrato
"Four Fabulous Vibrato pedals Compared - What Can You Do With Them?"
(That Pedal Show)
www.thatpedalshow.com


Alguns dos guitarristas mais interessantes do cenário musical atual contam com ao menos uma opção de vibrato em seu arsenal, isso quando não utilizam várias das diferentes versões do efeito, acessíveis hoje. Este é o caso, por exemplo, do guitarrista Nels Cline, da banda norte-americana Wilco. Cline é um especialista no uso de efeitos e pesquisador incansável de suas infinitas possibilidades sonoras. Confira o seu setup abaixo:

O pedalboard 1 de Nels Cline (Wilco) conta com 03 unidades capazes de produzirem diferentes tipos de vibrato: o Bigfoot FX MagnaVibe (amarelo, à esquerda), o Boss VB-2 Vibrato (azul, acima ao centro) e o pedal de vibe Fulltone Mini-Deja'Vibe (branco, à direita, ao lado do Whammy).


Rig Rundown - Wilco's Nels Cline (Premier Guitar)
www.premierguitar.com

segunda-feira, 5 de junho de 2017

O Tremolo e as Formas de Onda (TREMOLO)

Tremolo

tremolo (ou tremelo) é um efeito de modulação subtrativo que produz variações constantes de volume, alternando periodicamente a amplitude de um sinal de áudio. É um dos efeitos de áudio mais antigos de que se tem notícia e também um dos que mais tem evoluído nos últimos anos. Na guitarra, começou a ser empregado ainda na década de 1940. No anos 1950, vários fabricantes já ofereciam o efeito integrado em seus amplificadores. E a partir dos anos 1960, seria popularizado também no formato de pedal individual.

Catalinbread Semaphore Tap Tempo Tremolo

Tipos de tremolo

De uma forma geral, as unidades de tremolo podem ser classificadas de acordo com 03 diferentes critérios:

- Em função do circuito empregado, geralmente baseado no uso de um LFO (tremolo de biastremolo óptico ou tremolo harmônico);

- Em função da variedade de recursos apresentados (tremolo convencional, auto panner, slicerpattern tremolo, etc.);

- Ou, em função da(s) forma(s) de onda(s) empregada(s), ou seja, senoidal, triangular, quadrada, dente-de-serra, etc.

Neste artigo trataremos especificamente deste último caso, classificando as unidades de tremolo quanto às formas de ondas oferecidas.

LFO 

LFO é a sigla utilizada para low-frequency oscillatorem português, oscilador de baixa frequência. Podemos dizer que um oscilador de baixa frequência é um circuito eletrônico gerador de frequências inaudíveis - geralmente abaixo de 20Hz -, comumente utilizado como fonte de modulação. O LFO tem por finalidade modular o sinal de áudio, podendo provocar variações em sua frequência (afinação), amplitude (volume) ou na frequência de corte de um filtro, por exemplo. No caso do tremolo, trata-se da chamada modulação de amplitude, ou seja, aquela que produz uma variação cíclica no volume do sinal de áudio. Esta modulação irá apresentar características distintas de acordo com a forma de onda empregada para produzi-la.

Formas de onda
("waveforms")

A forma de onda é um dos parâmetros mais importantes de um LFO, podendo ser de um ou mais tipos. As formas de onda mais comuns são: senoidal, quadrada, triangular e dente-de-serra. 

Formas de ondas mais comuns: senoidal (sine), quadrada (square),
 triangular (triangle) e dente-de-serra (sawtooth)


Outras formas de onda, entretanto, se encontram disponíveis em diversos modelos de tremolo mais sofisticados. Além disso, muitos modelos também contam o controle shape, que permite modificar a forma de onda selecionada.


Tipos de tremolo em função da forma de onda empregada

Tremolos de onda senoidal 
(sine-wave tremolos)

É o efeito de tremolo tradicionalmente obtido pela modulação de um transistor ou de uma válvula (tremolo de bias). Este tipo de tremolo pode ser encontrado nos amplificadores mais antigos da Fender, da década de 50, como o Tremolux, o Vibro-Champ e o Princeton. Pedais de tremolo de onda senoidal estão entre os mais cobiçados por guitarristas old school, porém tendem a ser um pouco mais caros e difíceis de achar do que outras variações do efeito.

Kingsley Bard Tube Tremolo

tremolo de onda senoidal (ou sinusoidal) apresenta uma forma de onda mais arredondada, em forma de sino. A onda "verdadeiramente" senoidal ("true sine-wave") é mais difícil de ser criada, exigindo para tal a utilização de um circuito relativamente complexo. Em ajustes extremos pode se aproximar do efeito pulsante produzido pela forma de onda quadrada. De uma maneira geral, pode-se dizer que ela não é nem tão linear quanto a onda triangular, nem apresenta alterações tão abruptas quanto a onda quadrada, ficando num meio termo entre as duas. Possui uma sonoridade suave, porém marcante, apresentando um caráter mais vintage bastante musical.

Modelos

- Mad Professor Mellow Yellow Tremolo (c.2008)
Basic Audio Throbby (c.2010)
Monster Effects Swamp-Thang (c.2010)
- Kingsley Bard Tube Tremolo (c.2012)


"A Change is Gonna Come" (1965) - Otis Redding


Tremolos de onda triangular
 (triangle-wave tremolos)

tremolo de onda triangular é frequentemente associado ao tremolo óptico e muito comum no formato de pedal. O tremolo óptico se baseia no emprego de um circuito que  emprega uma pequena lâmpada, ou LED, e um fotoresistor (LDR) para produzir o efeito e, dependendo do modelo, pode utilizar diferentes formas de onda para produzir a modulação do sinal. O exemplo clássico e original de tremolo óptico de onda triangular são os efeitos produzidos pelos amplificadores da Fender da década de 60, correspondentes às eras blackface e silverface, como o Twin Reverb, o Deluxe Reverb e o Super Reverb.

Demeter Tremulator

tremolo de onda triangular se caracteriza por uma sonoridade suave, que pode ser descrita como "deslizante". Esse tipo de onda apresenta inclinações lineares, tanto na subida, quanto na descida, dando a sensação de uma "gangorra sonora". Além de ser, provavelmente a forma de onda mais usual no efeito de tremolo convencional, também é muito utilizada na função auto panner, propiciando uma alternância mais gradativa do panorama estéreo.

Modelos 

- Demeter The Tremulator (c.1982)  
Voodoo Lab Tremolo "I" (c.1995) 
Mooer Trelicopter (c.2012)
- Hotone Audio Trem (c.2013)


"Crimson and Clover" (1968) - Tommy James and The Shondells


Tremolos de onda dente-de-serra invertida
(reverse sawtooth-wave tremolos/ percussion tremolos/ repeater tremolos)

repeater, como também é conhecido este tipo de tremolo, foi desenvolvido pelos projetistas da Vox ainda na década de 1960 e lançado originalmente nos formatos de módulo, concebido para ser plugado diretamente no jack do instrumento, e como um circuito embutido em diversas guitarras produzidas pela Vox no período (entre elas, os modelos V261 DeltaV262 InvaderV267 Cheetah, V268 Ultrasonic, V275 Ultrasonic XII, V286 Grand Prix, V289 Viper, V269 Starstream e V270 Starstream XII, lançados em 1967 e 1968).

Thorpe FX Chain Home

É um tipo de tremolo mais radical, capaz de produzir um efeito que pode, em certa medida, "imitar" as repetições de uma unidade de delay, daí o nome repeater. O efeito utiliza uma forma de onda chamada dente-de-serra invertida (reverse sawtooth), que oferece um ataque pronunciado e decai de forma progressiva. Ao alcançar seu volume mínimo ela volta bruscamente ao seu pico, apresentando um desenho que se aproxima do ataque e decaimento da palhetada, criando assim a ilusão de uma repetição.  O repeater tem sido redescoberto nos últimos anos e vários fabricantes têm lançado novas versões do efeito, seja em modelos dedicados exclusivamente ao efeito ou como uma opção disponível em unidades de tremolo de multiondas.

Modelos

Vox V809 Repeat PercussionJen Elettronica PE 404 Repeat Percussion (c.1968) 
- North Effects Repeat-Percussion (c.2010)
- Magnetic Effects Electrochop (c.2013) 
- EarthQuaker Devices Hummingbird V3 (2015)
- Acid Fuzz Repeater (c.2016) 
Thorpy FX Chain Home (2017)

"How Does It Feel?" (1988) - Spacemen 3

Tremolos de multiondas
(multi-waveform tremolos)

De uma forma geral (porém, nem sempre) são modelos mais sofisticados e versáteis que os citados anteriormente. Alguns, além de oferecerem diferentes opções de formas de ondas, também podem apresentar recursos extras como tap tempo, várias possibilidades de subdivisão rítmica e controle de volume, entre outros.

Tremolos de multiondas geralmente oferecem uma ou mais das formas de ondas citadas anteriormente, além da onipresente opção de forma de onda quadrada, entre várias outras possibilidades. A forma de onda quadrada se caracteriza por uma alternância abrupta de volume, permitindo a configuração de efeitos pulsantes mais radicais do tipo "liga-desliga".


"Gasoline" (2002) - Audioslave
Modelos

02 formas de ondas

Senoidal e quadrada
- Fulltone Supa-Trem (c.1996)
Guyatone VT-X Vintage Tremolo (c.2005)
Red Witch Pentavocal Trem (2005) 

Triangular e quadrada
Boss TR-2 Tremolo (c.1997)
- Danelectro Tuna Melt (c.2001) 
- Giannini Axcess TR-107 Tremolo (c.2010)

03 formas de ondas

Senoidal, quadrada e triangular
- Frantone Electronics Vibutron (c.2002)
Guyatone VTm5 Veri Trem (2008)

Senoidal, quadrada e dente-de-serra
Lovepedal Babyface TREMolo (c.2009)
- Lovepedal Custom Effects Tremelo (c.2014)

Senoidal, quadrada e "warble"
Fulltone Supa-Trem2 (2013)

04 ou mais formas de ondas

- Cusack Tap-A-Whirl "v.1" (c.2006) - 24 formas de onda (?!)
- Diamond Tremolo (c.2009) - 04 formas de onda
 Suhr Jack Rabbit (c.2012) - 05 formas de onda 


Cusack Tap-A-Whirl "v.3"

O controle "wave"

O controle wave, ou waveform, permite selecionar a forma de onda a ser empregada. Se o seu tremolo apresenta esse controle, então trata-se de um modelo multiondas. Podemos dividir os diferentes tipos de controle wave em 02 grupos: o dos controles contínuos (rotary knobs) e o dos seletores de onda (toggle switchselector knob ou footswitch).

Controles contínuos de forma de onda: permitem realizar uma mudança gradativa da forma de onda, por meio de um knob giratório continuamente variável (rotary knob). Presentes em modelos como o Seymour Duncan SFX-07 Shape Shifter, o Boss TR-2 Tremolo, o Giannini Axcess TR-107 Tremolo e o EFX Custom Effects Tremulus Lune.

controle wave do Boss TR-2 Tremolo

Seletores de forma de onda: permitem escolher a forma de onda a ser empregada entre 02 ou mais opções fixas, previamente configuradas pelo fabricante.

O seletor de onda pode ser basicamente de 03 tipos:

"3-way waveform switch" 
do Supa-Trem 2
  • 01 chave de alternância (toggle switch - hard/soft, normal/emphasis, sine/triangle/square, etc.), como nos modelos Guyatone VT-X Vintage Tremolo, Dr. Scientist Tremolessence, Diamond Tremolo, Fulltone Supa-Trem2, Lovepedal Tremelo e Babyface TREMolo;
o "selector knob"
do Vibutron


  • 01 knob seletor (selector knob ou rotary switch), como nos pedais Frantone Vibutron, Catalinbread Semaphore Tap Tempo Tremolo Cusack Tap-A-Whirl




"wave footswitch"
do Pentavocal Trem


  • 01 footswitch extra dedicado a esta função, como no Red Witch Pentavocal Trem e no Fulltone Supa-Trem ST-1.





O controle "shape"

Algumas unidades de tremolo oferecem o controle shape (= forma, contorno, configuração), também chamado bias (não confundir com tremolo de bias) ou sway, que permite alterar mais, ou menos, dependendo do modelo, o desenho da forma de onda adotada. Pode-se dizer que ele permite realizar um ajuste fino da forma de onda selecionada. Exemplos:

01 forma de onda - triangular
- Voodoo Lab Tremolo "II" (c.2001)
- Mooer Trelicopter (c.2012)

02 formas de onda - triangular e quadrada
- DrScientist Tremolessence (c.2005)
Electro-Harmonix Stereo Pulsar (c.2006)

03 formas de onda - senoidal, quadrada e triangular
- Seymour Duncan SFX-07 Shape Shifter (c.2007) 
- Stomp Audio Labs Waves (c.2014)

08 formas de onda
- Catalinbread Semaphore Tap Tempo Tremolo (c.2011)


Stomp Audio Labs Waves

Outros modelos, porém, oferecem 02 parâmetros - attack (ramp) e space (spacing) - , que permitem alterar separadamente o ataque das ondas e o espaçamento entre elas.

Exemplos:

02 formas de onda - senoidal e quadrada
EFX Custom Effects Tremulus Lune (c.2008?)
link do fabricante; http://efxpedais.com/loja/produtos/tremulus-lune/

03 formas de onda - senoidal, quadrada e triangular
Wampler Latitude Tremolo Deluxe (c.2014)

Ou ainda, permitem combinar diferentes partes de formas de onda - na primeira e na segunda metade da modulação da onda, respectivamente - como no inovador parâmetro ModuShape, oferecido pelo modelo Gravitas (2015), da Chase Bliss, que oferece 03 formas de onda: senoidal, triangular e quadrada.

Chase Bliss Gravitas